Ganhou força! Victor Luis posa para o L!Net na Academia de Futebol (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)
Eraldo e Victor Luis, pai e filho, choraram abraçados no vestiário do Pacaembu após a vitória do Palmeiras sobre a Fiorentina (ITA), na quarta. Eram lágrimas de emoção pelo primeiro gol do lateral-esquerdo, que será titular em seu time do coração pela quarta vez seguida no jogo contra o Bahia, às 16h deste domingo, no mesmo local.
- O abraço do meu pai é muito sincero, mas é difícil vê-lo emocionado. Dessa vez eu vi, e sei que ele estava muito feliz por mim. Choramos juntos, mas foi de alegria - contou o jovem de 21 anos, ao LANCE!Net.
Victor ainda era criança quando começou a sonhar com esse gol. Via o pai artilheiro balançando as redes na várzea e sentia vontade de fazer igual. Tentou ser atacante, passou pela zaga, fixou-se como lateral e virou fã de Roberto Carlos. O chute forte com a perna esquerda é fruto da idolatria, mas também de treinos insistentes. E ele treinou muito antes de ter a sequência esperada.
Atleta do Palmeiras desde os dez anos, jogou por empréstimo no time B do Porto (POR), onde foi titular na temporada 2012/2013. Voltou ao Alviverde no meio do ano passado, mas teve de esperar um pouco mais...
- A janela fechou e não deu tempo de me inscrever. É perseverar, né, cara? A gente tem que pensar sempre no melhor. Não estava jogando, mas continuava treinando para estar bem, física e psicologicamente.
A estreia foi no Paulistão, com Gilson Kleina, mas o primeiro jogo entre os 11 veio só no mês passado, contra o Avaí, pela Copa do Brasil. As saídas de William Matheus e Paulo Henrique, além da lesão do jovem Mateus Muller e da "novela" envolvendo Juninho, exterminaram a concorrência. O polivalente Marcelo Oliveira pode atuar na posição, mas o camisa 35 agrada pela regularidade e será mantido.
- Victor Luis tem futuro, tem potencial. Depende dele: como vai trabalhar, se quer melhorar, evoluir... Ele tem condições de ser jogador do Palmeiras, tem atitude, um grande chute - elogiou Ricardo Gareca.
Entender orientações em espanhol não tem sido difícil. No Porto, o lateral conviveu com vários sul-americanos, incluindo os argentinos Lucho González, Iturbe e Otamendi. Confiante, aposta na nova comissão técnica e ignora perguntas sobre o risco de rebaixamento. Até onde pode chegar o Palmeiras? Até onde pode chegar Victor Luis?
- Cara, para mim nunca está bom. Procuro trabalhar para melhorar tudo. O Palmeiras pode chegar à Libertadores, lá em cima. É clube grande, a história mostra.
Confira o bate-bola exclusivo com Victor Luis:
LANCE!Net: A passagem pelo Porto B acrescentou muito na sua carreira?
Victor Luis: Foi meu maior aprendizado, tive um ano excelente. Convivi com jogadores como James Rodríguez, Lucho González, Helton... O momento era favorável para mim, mas Deus tem um propósito para tudo. Por questão de valores, não me compraram e voltei.
Você não estava inscrito ano passado e o clube tinha outros três jogadores da sua posição no começo do ano. Chegou a desanimar?
Chegar até aqui não é fácil, e mais difícil ainda é se manter, então a gente aceita e trabalha. É uma disputa saudável, e a parte difícil fica para o treinador, que tem de escolher.
Você tenta imitar o Roberto Carlos? Vê vídeos com lances dele?
Ele foi o melhor da posição, é um ídolo para mim por tudo o que já fez pelo nosso país. Não o conheço pessoalmente, mas creio que seja um cara excepcional, porque transmite isso. Quero seguir os passos dele, me espelho bastante. Vejo vídeos direto, os chutes.
Por que a emoção com o gol?
Meu pai estava lá. Ele me incentivou de verdade, me levava para os campos para vê-lo jogar. Sou fã dele, sempre tive vontade de ser igual.
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