Mais da metade de uma vida: Marcos faz 41 e lembra 22 anos no Verdão

4/8/2014 11:16

Mais da metade de uma vida: Marcos faz 41 e lembra 22 anos no Verdão

Ídolo, que faz aniversário nesta segunda-feira, recorda sua trajetória no clube, que completa 100 anos no próximo dia 26: "Minha vida tem Palmeiras todos os dias"

Mais da metade de uma vida: Marcos faz 41 e lembra 22 anos no Verdão

Marcos comemora a defesa no pênalti de Marcelinho, em 2000 (Foto: Agência Estado)



Em 1992, um garoto promissor das categorias de base da Lençoense desembarcava na Academia de Futebol do Palmeiras com um sonho: vestir a camisa do seu clube do coração.



Hoje, mais de 20 anos depois, o caipira de Oriente celebra, como um típico enredo de filme, o seu 41º aniversário e uma das mais belas carreiras na centenária história alviverde.



Marcos Roberto Silveira Reis. Ou Marcos. Ou São Marcos. Ou Santo. Ou Sociedade Esportiva Palmeiras. A história do eterno camisa 12 do Verdão se confunde com a do clube nas últimas duas décadas.



Nenhum outro atleta se identificou tanto com essa bandeira no passado recente e fez do estádio Palestra Itália a sua verdadeira casa. Como goleiro, ele defendeu, respirou e viveu o clube, tanto que fez do centro de treinamento da Barra Funda a sua primeira residência na capital paulista.



– Quando eu cheguei, eu morava no CT, ali embaixo da arquibancada no local onde hoje é o departamento médico. Eu treinava com o time júnior, mas vim ver um treino do profissional um dia e tinha sete goleiros: Velloso, Sérgio, Ivan, Nivaldo, Paulo, Hilton e mais alguém. Lembro que pensei que para chegar ao profissional seria muito difícil.



Mas aí um foi para um lado, outro foi emprestado e ficaram apenas Velloso, Sérgio e Ivan – recorda.



– Depois o Ivan teve um problema com o Nelsinho (Baptista, treinador), e eu tive a oportunidade de subir para o profissional. A partir daí eu comecei a treinar com o time. Minha ascensão até que foi rápida, mas não para jogar – completa.



A chegada de Marcos ao Palmeiras se transformou em mais uma das diversas lendas do futebol. Há quem diga que o atleta desembarcou no clube com um valor inusitado.



Ao contrário das transações milionárias dos dias atuais, o goleiro teria custado ao Verdão 12 pares de chuteiras. Verdade? Mentira? Nem o próprio protagonista sabe contar ao certo como foi a sua saída da cidade de Lençóis Paulista (SP).



– É uma lenda mesmo porque nem eu sei como foi. O comentário é que mandaram 12 pares de chuteiras para a Lençoense, o pessoal de lá fala que foi outra coisa. Mas como todo jogador eu nunca vou saber pelo que eu fui transferido (risos).



Para mim não importava como foi. Acho que eu ganhei mais que todo mundo por ter realizado um sonho. Se eu tivesse terminado minha carreira com dez jogos pelo Palmeiras eu já teria realizado um sonho – conta.





Momentos marcantes de uma carreira dedicada ao Palmeiras (Fotos: reprodução)



Depois de estrear em maio de 1992, e conseguir uma sequência na equipe durante o Brasileirão de 1996 que o levou para a seleção brasileira de Zagallo, Marcos assumiu de vez a posição de titular do Palmeiras em 1999, durante a disputa da Taça Libertadores da América.



Mesmo com tanto tempo de casa, o atleta ainda era considerado uma dúvida entre os torcedores. Mas as excelentes exibições e os “milagres” na fase final da competição continental não apenas colocaram o atleta na galeria dos ídolos do Verdão como o transformaram no São Marcos de Palestra Italia.



– Era um apelido que me incomodava muito no começo. Até porque muitos torcedores começaram a achar que eu tinha de resolver em todos os jogos. Já fui cobrado até por ter tomado um gol de pênalti. Isso jogava uma carga nas minhas costas muito grande.



O Carlos Pracidelli (preparador de goleiros) falava muito para eu esquecer tudo e fazer meu jogo porque eu queria entrar em campo fazendo tudo, ser zagueiro, jogar na sobra... Tudo por causa da responsabilidade que o pessoal colocou em mim – diz.



No total, Marcos entrou em campo com a camisa do Palmeiras 532 vezes. Na memória, diversas defesas importantes, sucessos em disputas de pênalti e títulos conquistados. Mas engana-se quem acha que o jogo mais inesquecível para ele foi aquela semifinal entre Palmeiras e Corinthians, na Libertadores de 2000.



Apesar da defesa do pênalti batido por Marcelinho Carioca estar na lista dos momentos mais inesquecíveis para o torcedor palmeirense, Marcos elege outras partidas na sua lista preferencial.



Além dos duelos contra Corinthians (Libertadores de 1999), River Plate (Libertadores de 1999), Cruzeiro (Libertadores de 2001) e Sport Recife (Libertadores de 2009), o momento de maior emoção foi encontro com o Deportivo Cali, no dia 16 de junho de 1999.



– Eu fui muito bem contra o River lá na Argentina, contra o Corinthians por ter classificado nos pênaltis, mas o mais especial foi a final. Tive bastante trabalho no primeiro jogo contra o Deportivo Cali. Mas na hora em que o pênalti do Zapata foi para fora, se não tivesse fosso eu ia mergulhar no meio da torcida – recorda.





Marcos teve jogo de despedida no Palmeiras, no dia 12/12/2012 (Foto: Gustavo Tilio / globoesporte.com)



Além das atuações de destaque, Marcos conquistou a torcida pelo seu jeito autêntico, sincero e carismático. Na alegria, era o primeiro a esbanjar felicidade ao lado dos companheiros. E na tristeza, também tomava a frente para cobrar os companheiros e criticar. Tal postura rende elogios dos palmeirenses até hoje.



– Eu era o representante da torcida em campo e queria que o torcedor soubesse que toda vez que eu beijava o símbolo do Palmeiras era de verdade. Sem falsa modéstia, o torcedor podia confiar em mim porque eu beijei o símbolo do time que eu gostava mesmo, não saí beijando o símbolo de vários clubes – diz.



– Quando um torcedor vem me agradecer por tudo o que eu fiz eu falo: “Você está de sacanagem, né?” Eu sem o Palmeiras eu seria mais um. O Palmeiras sem mim seria o Palmeiras do mesmo jeito. O carinho da torcida talvez tenha feito eu ficar no clube por 20 anos. Eles sempre me deram crédito até no momento em que eu errei – completa.



Com um típico enredo de filme, a história de Marcos é rica em detalhes. Tem lenda, cenas marcantes, episódios tristes e um final feliz. Mas que promete continuação, mesmo que não seja mais dentro de campo. De longe, o Santo hoje vive rotina totalmente diferente.



Eventos e compromissos comerciais substituem os treinamentos e partidas. A única coisa que permanece sem nenhuma alteração, desde os tempos de Oriente, é a paixão pelo Palmeiras.



– Tudo o que eu faço no meu dia a dia não tem como não ter o Palmeiras na minha vida. Foram 20 anos jogando e 20 anos torcendo antes de jogar.



E agora estou torcendo novamente. Não consigo acordar um dia da minha vida sem ter de falar o nome do Palmeiras pelo menos uma vez. Isso é dentro de casa, fora, em qualquer lugar. Minha vida tem Palmeiras todos os dias – finaliza.





Marcos vai ter um busto no Palestra Itália (Foto: FabioMenotti / RevistaPalmeiras)



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6768 visitas - Fonte: Ge

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