Em busca de 10 argentino, Brunoro tentou trazer Maradona em 1992

5/8/2014 10:24

Em busca de 10 argentino, Brunoro tentou trazer Maradona em 1992

Em busca de 10 argentino, Brunoro tentou trazer Maradona em 1992

Palmeiras tentou trazer Diego Maradona em 1992



Em delicada situação financeira, o Palmeiras vem reforçando o elenco com argentinos indicados pelo técnico Ricardo Gareca. Se hoje busca um camisa 10 do país vizinho para substituir Jorge Valdivia, José Carlos Brunoro, atual diretor executivo do clube, tentou contratar Diego Armando Maradona em 1992.



Ex-companheiro de Maradona na Argentina, Ricardo Gareca, autor do gol que classificou a seleção para a Copa de 1986, vencida pelo país, indicou a contratação do compatriota Maxi Moralez, da Atalanta, para o lugar de Valdivia. Há 12 anos, a meta de Brunoro era mais ousada.



“Será verdade?”, manchetou o jornal A Gazeta Esportiva em sua edição de 1º de setembro de 1992. No dia anterior, José Carlos Brunoro, homem forte da co-gestão entre Palmeiras e Parmalat, havia anunciado o interesse em contratar Diego Armando Maradona.



“Depois de Jair da Rosa Pinto, Chinesinho e Ademir da Guia, o Palmeiras sonha ter um novo camisa 10, o único capaz de dar ao time o título que procura há 16 anos. Quem duvidar disso deve se lembrar do bicampeonato mundial conquistado pela Argentina em 1986”, informou o periódico.



Maradona, então jogador do Napoli, foi suspenso por uso de substâncias proibidas e estava em Buenos Aires na tentativa de se recuperar do vício em cocaína. Após o final do gancho, o Palmeiras, bancado pela Parmalat, resolveu entrar na disputa pelo jogador.



O Sevilla, treinado por Carlos Bilardo, amigo de Maradona e seu técnico na Copa de 1986, ofereceu US$ 8 milhões ao Napoli. A proposta do Palmeiras era de US$ 5,5 milhões – diferentemente do clube espanhol, no entanto, a equipe brasileira prometia fazer o pagamento à vista.



Maradona ficaria no Palmeiras durante um ano e em seguida defenderia seu time de coração, o Boca Juniors, também patrocinado pela Parmalat. A equipe brasileira acreditava que a proximidade entre Brasil e Argentina e a amizade dos presidentes do Napoli e da multinacional italiana poderiam facilitar o negócio.



“Se o Napoli não quisesse vender o jogador em hipótese alguma, nem sequer teria aceitado estudar nossa proposta. É evidente que o negócio é muito complicado e por isso não se resolverá de uma hora para a outra”, disse Brunoro, tentando dar credibilidade à oferta palmeirense.



A possível contratação foi o principal assunto na festa pelos 78 anos do clube. “Só acredito vendo e acho muito difícil. Não conseguimos trazer nem o Renato Gaúcho. Imagine o Maradona”, disse Marcelo Lima, presidente da Torcida Uniformizada do Palmeiras (TUP), cético.



O clube brasileiro esperava pelo aval do Napoli para em seguida tratar com o meia e seus representantes. Na edição do dia 8 de setembro, com o título “Maradona, quase certo”, A Gazeta Esportiva informou que José Carlos Brunoro já estava em Buenos Aires para negociar diretamente com o atleta.





Nobre apresenta Brunoro como camisa 10: executivo tentou trazer Maradona na passagem anterior pelo clube



A viagem, porém, foi um fracasso, já que o executivo não foi nem sequer recebido por Maradona ou seu estafe na capital argentina. Por meio da assessoria de imprensa, a Parmalat informou que esperaria o final das negociações do atleta com o Sevilla para retomar o projeto e garantiu que o executivo havia se deslocado até a Argentina também para tratar de outros assuntos, como os patrocínios ao Boca Juniors e ao uruguaio Peñarol.





Dirigente admite benefício do interesse em Maradona para o marketing da Parmalat



“MARADONA NÃO QUIS JOGAR NO BRASIL”, LEMBRA BRUNORO



Quase doze anos depois, Brunoro admite que a Parmalat se beneficiou com a divulgação mundial de seu nome com o interesse em Maradona, mas alega que a negociação não deu certo por falta de vontade do craque.

“O Maradona foi uma vontade da Parmalat e fizemos o contato através da Parmalat argentina. Chegamos a Buenos Aires e só fomos recebidos pelo procurador dele, o Maradona nem quis conversar conosco porque não jogaria no Brasil”, recordou o dirigente à Gazeta Esportiva, sorrindo ao falar da vantagem das conversas na visão do marketing.

“Foi uma fase bem legal. Não chegamos a falar com o Maradona pessoalmente porque ele não quis, mas tudo naquela época tinha um pedacinho do marketing envolvido, sempre pensávamos em dar visibilidade para a empresa. Ao falar de Maradona, automaticamente, se falava de Parmalat. Então, foi bem interessante”, admitiu.




Na edição do dia 11 de setembro, A Gazeta Esportiva noticiou o insucesso da negociação: “Maradona disse não”. Em uma entrevista coletiva, José Carlos Brunoro exibiu documentos enviados ao Napoli e à Fifa para provar a veracidade do negócio e, apesar do desfecho negativo, valorizou a empreitada.



“Nunca o futebol brasileiro viveu uma situação semelhante. Quando Pelé, Sócrates e Zico deixaram o país, não houve um clube do Brasil que lutou para mantê-los aqui. Ousar na contratação do Maradona foi uma prova da confiança que a Parmalat depositou em todo nosso futebol e principalmente no Palmeiras”, disse.



Após o anúncio, as suspeitas de que a tentativa de contratar Maradona não passava de uma estratégia de marketing da Parmalat ganharam corpo. Como a multinacional é originária da Itália, sede do Napoli, e tentava se popularizar em países como Brasil (Palmeiras) e Argentina (Boca Juniors), a iniciativa veio a calhar.



“A Parmalat, independentemente do desfecho da contratação de Maradona, já teve um lucro significativo, pois o nome da empresa não saiu do noticiário esportivo brasileiro e mundial desde que a negociação com Maradona se tornou pública”, observou A Gazeta Esportiva.



Livre da suspensão, o jogador retornou ao futebol com a camisa do Sevilla, mas teve uma passagem discreta pelo clube espanhol. Enquanto tentava contratar o argentino, o Palmeiras renovou o contrato de Evair e o reintegrou ao elenco após um período de afastamento – o centroavante brilharia na conquista do histórico Campeonato Paulista-1993.



Atualmente, José Carlos Brunoro ocupa o cargo de diretor executivo na gestão do presidente Paulo Nobre. Uma das primeiras decisões da dupla foi descartar a contratação de Juan Román Riquelme, desafeto de Maradona, que fora alinhavada pela administração anterior.



Desde que Ricardo Gareca assumiu o time, no entanto, Nobre e Brunoro se acostumaram a trazer argentinos. O zagueiro Fernando Tobio, o meia Agustín Allione e o atacante Pablo Mouche já estão no elenco. O clube ainda estuda contratar Lucas Pratto (Vélez Sarsfield) e Jonathan Cristaldo (Metalist Kharkiv), além de Maxi Moralez (Atalanta).



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8604 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva

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