Luiz Gomes: "O mau exemplo do Flamengo é um alerta para o Palmeiras"

18/10/2020 15:10

Luiz Gomes: "O mau exemplo do Flamengo é um alerta para o Palmeiras"

'Durante a gestão do atual presidente, em menos de quatro anos, o Palmeiras teve oito treinadores', recordou o colunista do LANCE!

Luiz Gomes:

Em tese, a argumentação do presidente do Palmeiras Maurício Galiotte, de que é preciso definir antes de um nome um conceito, um estilo de jogo para o Palmeiras, até faz sentido. Ainda que de poucos clubes no mundo se possa dizer que tenham um DNA, um jeito de jogar que vá além do treinador que comanda o time, esse pode ser um objetivo a ser perseguido. Mas, consideremos que o Palmeiras possa se tornar um desses. Cabe então uma pergunta: quem vai definir esse estilo de jogo. O presidente, a toda-poderosa patrocinadora, os conselheiros, a turma do amendoim?







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Ora, isso não se impõe. Não é uma canetada ou uma conversa de gabinete que vai decidir o jeito do Palmeiras jogar. Só há uma maneira de chegar-se a isso, de criar um DNA palestrino: é a continuidade de trabalho, a persistência independentemente dos resultados imediatistas, é o investimento em uma base que tenha como objetivo formar talentos, que jogue como o time principal e não para ganhar títulos e pagar bônus a treinadores mal remunerados.



Será que isso tudo faz parte do script proposto por Galiotte? É muito pouco provável. Boa parte dele, aliás, é uma mera repetição do que justificou, tão pouco tempo atrás, a própria contratação de Luxemburgo.



Durante a gestão do atual presidente, em menos de quatro anos, o Palmeiras teve oito treinadores. Gente de estilos e personalidades diferentes, nomes consagrados como Cuca, Mano Menezes, Felipão e Vanderlei Luxemburgo, a elite da velha guarda do futebol tupiniquim. Contratou à baciadas, boa parte das vezes sem nenhum critério técnico, sem nenhum equilíbrio na montagem do elenco, movido tão somente pela visão mercantilistas de Alexandre Mattos. Só nesse último ano, com a corda apertando o pescoço e o bolso, o Palmeiras de Galiotte partiu para aproveitar os meninos da base, e descobriu, sim, gratas surpresas como Gabriel Menino e Patrick de Paula.



Terá o presidente de fato aprendido com seus erros? Ou apenas derrama uma falastrice politicamente correta, porém vazia e inconsequente como sempre?



No futebol brasileiro, desde sempre, treinadores chegam e buscam impor suas crenças, seus métodos a elencos que muitas vezes foram montados pelo antecessor ou pelo antecessor do antecessor para jogar de um jeito bem diferente. Quase nunca têm tempo sequer de treinar, de tentar passar para o time uma nova filosofia de trabalho e de jogo. E, quando perdem duas ou três partidas, às vezes um único jogo contra o principal rival, acabam descartados, formando mais um elo nesse círculo vicioso.



É assim que a banda toca por aqui.



O Palmeiras não precisa ir muito longe para ter um exemplo do quanto custa mudar essa cultura. O Flamengo de Jorge Jesus, ofensivo, com movimentação intensa, alta pressão durante os 90 minutos de jogo ganhou tudo o que tinha para ganhar no ano passado. O português voltou para a terrinha. E o espanhol que chegou com suas ideias bem diferentes, um jogo posicional, de transição mais lenta e marcação mais recuada, vive se equilibrando na corda bamba da má vontade dos críticos, de boa parte da torcida e do apetite das hienas que tentam derrubá-lo antes mesmo que mostre a que veio.







Este não é o jeito do Flamengo jogar, reclamam. Ora, mas qual o é o jeito do Flamengo jogar? O do ano passado era de Jorge Jesus, não do Flamengo. E, se quisessem continuar assim, instituir de fato um estilo, um DNA rubro-negro, que contratassem um treinador como o português, não alguém que, notoriamente, sabia-se que reza por uma cartilha diferente. Mas uma vez o que pesou foi o nome e não o conceito. Como se fosse possível espremer uma laranja e beber uma limonada.





Palmeiras, Flamengo, Galiotte, Gestão, Exemplo, Verdão



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3483 visitas - Fonte: LANCE

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Lindio Domingues     

Sai fora do perdão galiote varios treinadores chega no clube e n dura nem um ano irresponsavel

Daniel Almeida     

Palmeiras é uma empresa, com pessoas, processos e produtos. Todos que entram pra trabalhar em posição de liderança, tem que saber gerir pessoas. O técnico nao é diferente. Ter um técnico que simplesmente grite pra ter o respeito, terá o medo e a falta de sinergia deles também. Quem virá nao sei, mas que seja alguém com perfil de liderança e consiga extrair o melhor de cada um do elenco.

Osmar Perez     

Esse Julio Cesar realmente é gambá infiltrado. Ele tem perfil de gambá... Analfabeto e só fala merda!

Antonio Carlos     

O cara de sagui sempre com bla bla bla o sagui

Roberto Tolin     

A receita do bom bolo está aí, o problema é que o torcedor quer comer o bolo antes de assar e aí terminamos sempre assim, correndo atrás do rabo...

Depois de tempos,eis que leio uma materia coerente c boa analise.

Joel Veloso     

O palmeirense é saudoso do futebol alegre pra frente esse negocio de jogar fechado não é o DNA do palmeiras tomara que o Miguel angel Ramires acerte com o verdão pq ele é do tipo sampaoli vai lra cima. Jiga bonito tomara que venha .pra ontem.

Roberto Moreira     

Ate quenem fim teve uma reportagem de qualidade perabens para que fez precisamos de um trinador de pusso firme com seu comandados

Gustavo Faria     

To vendo aq a galera falar que quer um tecnico parrudo que grite com os jogadores. Felipão e Luxemburgo fizeram isso e foram queimados, pra mim ambos os 2 são muito competentes só não vieram contratações boas para eles.

julio cesar     

Antes de mais nada precisamos de um treinador de pulso que grite e faça os acomodados tremerem na base.... Seja bem vindo Celso Roth...

Luiz Moraes     

Corretíssimo!!!

Matéria muito bem escrita e com lógica.

Nilson Severino     

Até que enfim uma postagem coerente, perfeita em toda análise.

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