Quando foi campeão da Libertadores em 2011, o Santos levou uma cota em torno de US$ 2 milhões - seriam R$ 5,7 milhões em valores corrigidos pela inflação. Se conseguir bater o Palmeiras em 2020, na final do Maracanã, a agremiação santistas levará US$ 15 milhões (R$ 79,3 milhões) pelo título.
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O exemplo acima serve apenas para ilustrar o salto de valores nesta década. Obviamente, pode ser o Palmeiras o receptor da premiação já que não há favorito na decisão. Fato é que o vencedor levará o maior prêmio do continente no futebol, acima inclusive das competições nacionais.
Nesta temporada, a Copa do Brasil dará ao campeão R$ 54 milhões. Enquanto isso, o Brasileiro vai gerar R$ 33 milhões ao primeiro colocado. Lembremos que todas essas "premiações" são na verdade pagamentos pelos direitos de televisão que são cedidos pelos clubes à Conmebol, à CBF e à Globo.
Mas a pergunta pertinente é: como houve um salto tão significativo do valor pago ao campeão da Libertadores em uma década? Esse é um caso em que, mais do que em outros fatos, a corrupção teve o maior peso no momento ínfimo que era pago aos clubes pela Libertadores nos anos de 2011 e 2012.
Lembremos que a investigação de autoridades dos EUA encontraram um esquema envolvendo ex-dirigentes brasileiros e da Conmebol que recebiam polpudas propinas em troca de contratos de direitos de televisão. Entre os acordos, estava a venda dos direitos da Libertadores para televisão e patrocínio.
Foram acusados três ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e José Maria Marin. E foram denunciados três ex-presidentes da Conmebol, Nicolas Leóz, Eugenio Figueredo e Juan Angelo Napout.
Os direitos eram vendidos por pechinchas em relação ao valor da competição. Uma empresa obscura em um paraíso fiscal (T&T) detinha todos os direitos e os revendia. Para se ter ideia, a Globo pagava pouco mais de US$ 10 milhões por ano pela Libertadores. Os clubes brasileiros não paravam de reclamar dos valores recebidos pelas suas participações.
Quando estourou o caso Fifa em 2015 e 2016, entrou uma nova administração da Conmebol, com Alejandro Dominguez. Foram feitas concorrências para os novos contratos. Logo de cara, a Globo passou a pagar US$ 60 milhões a partir de 2019, em contrato que depois foi rompido e que dava menos direitos à emissora do que em 2012.
Houve ainda um plano comercial para desenvolvimento da competição que incluiu mais times brasileiros, uma final única, entre outros pontos.
Em paralelo, foram aumentando as premiações da Libertadores. Ainda estão longe da Champions League e provavelmente nunca as alcançarão. Mas, em dólares, o valor para o campeão já representa quase oito vezes mais do que aquele de 2012.
Para completar, os problemas da economia brasileira inflaram o câmbio. Com isso, a premiação da Libertadores se tornou superior às nacionais. Enfim, a competição sul-americana, agora, compensa além do prestígio e uma taça no salão no clube.
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8283 visitas - Fonte: Blog do Rodrigo Mattos
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