Como a maioria dos novos nomes entre os treinadores, Abel trabalha a saída de jogo com três atletas, independente da função primária deles: não necessariamente são três zagueiros de origem que iniciam as jogadas, podendo os volantes ou laterais aparecerem entre a trinca, formando a chamada "saída de três".





O esquema é tendência no mundo e tem inúmeros adeptos, entre eles três dos principais times da temporada: o Manchester City (ING), de Pep Guardiola, a Inter de Milão (ITA), de Antonio Conte, e o RB Leipzig (ALE), de Julian Nagelsmann. Comum aos três é o bom desempenho e o fato de nem sempre utilizarem três zagueiros de origem, mas mesmo assim atuarem com três homens atrás.





O City de Guardiola tem o espanhol Rodri ou o brasileiro Fernandinho com a missão de afundar entre a dupla de zaga para armar a equipe a partir de trás.





No Leipzig, Nagelsmann costuma utilizar o mesmo jogador em diversas funções. Um dos grandes exemplos é o defensor Lukas Klostermann, que chegou a ser convocado pela seleção alemã como lateral-direito, mas também atua bastante como zagueiro pela direita no clube.





Na Itália, Conte organiza uma saída com três e mais um meia voltando para atuar entre os zagueiros Skriniar, Stefan de Vrij (ou Ranocchia) e Bastoni. Normalmente, quem faz essa função é o croata Brozovic - dando assim, maior liberdade aos laterais para se lançarem ao ataque.





City e Inter lideram os campeonatos em seus países, enquanto o Leipzig é o desafiante do Bayern na Alemanha e ocupa a segunda colocação.





No Palmeiras, Abel jogou com três zagueiros de origem na estreia na Libertadores, contra o Universitário, com Luan, Gómez e Empereur, e com dois defensores e um volante no Paulista, Renan, Henri e Danilo Barbosa. Depois da vitória na competição continental, o português foi questionado sobre o trio de defesa e pediu para que o olhar fosse "para frente", para quantos atletas chegavam à área do adversário, não para trás.





Novamente questionado após o duelo do Paulista, Abel se irritou. Ele repetiu que não é um técnico de esquemas, de números, mas um treinador que se importa mais com o sistema de jogo, seja com a formação que for.





"Espero não responder sempre as mesmas perguntas. Quando cheguei, estava jogando com linha de quatro e não me perguntavam por que usava linha de quatro. Já disse sou um treinador que jogo com vários sistemas, entendi que na segunda parte tínhamos de alterar as dinâmicas da defesa, meio e ataque. Espero não falar sempre por que jogar com três zagueiros, acho que é uma pergunta muito limitadora para quem vê o futebol de forma global e forma dinâmica. O futebol não é somente números, não é só 3-4-3, 4-3-3, 4-4-2, é dinâmica. Mas tudo bem, se quiserem perguntar, vou responder sempre a mesma coisa. Para mim, futebol é dinâmico, não é número. Portanto, jogar com três zagueiros, ou com quatro defesas ou com dois ou três volantes, todos os treinadores têm uma intenção que é armar a equipe para ganhar. É isto que queremos", disse.







Neste domingo, às 20h, contra o Mirassol, Abel novamente repetirá o sistema com três jogadores atrás, independentemente de escalar três defensores de origem, como nos últimos jogos, ou não.



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