Em bom momento no Galo, Cuca terminou ciclos no Palmeiras em clima péssimo

21/9/2021 09:26

Em bom momento no Galo, Cuca terminou ciclos no Palmeiras em clima péssimo

Em bom momento no Galo, Cuca terminou ciclos no Palmeiras em clima péssimo

Cuca vive um momento mágico no Atlético-MG, desde março deste ano, quando retornou. Muito católico, mais ao mesmo tempo supersticioso, ele talvez não goste necessariamente do adjetivo. Mas certamente concorda que a fase é especial. Seu forte Galo lidera o Brasileiro com sobras em relação ao vice-líder Palmeiras, seu ex-clube, que ele também começa a encarar nesta terça-feira (21), pela semifinal da Copa Libertadores.







Com o Palmeiras, diga-se, muito diferentemente do Galo, ele não chegou nem perto da conquista do Continental. Sua maior contribuição nesse sentido foi perder a decisão da edição de 2020, pelo Santos. Ao mesmo tempo, ninguém tira dele a conquista do Brasileirão-2016. E essa é uma dualidade que resume bem suas passagens recentes pelo clube.





Por duas vezes, Cuca saiu do Alviverde abruptamente, deixando, ao mesmo tempo, ótimas e péssimas impressões. Construiu também um rico acervo de histórias de bastidores, arestas mal aparadas e alguns desafetos de peso ao longo do caminho.





Mal na Libertadores, viveu climão, mas foi campeão brasileiro e saiu "por cima"



Cuca assumiu o Palmeiras em março de 2016, ainda na fase de grupos da Libertadores, e chegou à última rodada em situação complicada. Precisava vencer o River Plate do Uruguai e torcer contra o Rosario Central (ARG) diante do Nacional (URU). Seu time fez 4 a 0, no Allianz Parque, mas o Rosario bate os uruguaios, deixando o Palmeiras em terceiro e fora da segunda fase.





No clube, a maior parte dos funcionários gostou do treinador logo de cara, mas há quem torça o nariz para as suas famosas idiossincrasias.





Ainda em abril, pouco tempo depois de chegar, Cuca decidiu que não quer mais trabalhar com o meia Robinho e o lateral Lucas, dois dos líderes do elenco. Ninguém entendeu muito bem o movimento, já que Robinho tivera seu contrato renovado pouco tempo antes. Ainda mais quando soube-se que, em uma troca por empréstimo, o Palmeiras receberia Fabiano e Fabrício, coadjuvantes no Cruzeiro.







Essa e outras atitudes de Cuca colocaram o técnico e o então diretor de futebol Alexandre Mattos em rota de colisão. Ao longo do ano, em mais de uma oportunidade, Mattos recorreu ao auxiliar Cuquinha, irmão de Cuca, para conversar com o treinador. Foi assim, por exemplo, que Mattos contratou Yerry Mina. O técnico convenceu Cuquinha a dizer que ele, e não Mattos, havia observado Mina. O diretor temia que Cuca rechaçasse a chegada do zagueiro se soubesse que Alexandre o garimpara.





Nos bastidores da Academia de Futebol, entendia-se que a relação de Cuca e Mattos só não era pior por causa de Paulo Nobre e dos resultados. O presidente alviverde conseguia domar ambos em momentos de maior tensão. "O Mattos e o Cuca são dois loucos, mas não esticavam a corda porque sabiam que o Nobre era mais louco que ambos", disse ao UOL, uma pessoa que trabalhava no Palmeiras à época.





O time de Cuca foi encorpando e partiu rumo à conquista do Brasileiro, com um futebol de muita entrega. Sua calça na cor vinho, companheira de todos os jogos, até virou uniforme de parte da torcida. E quando a conquista veio, no fim do ano, o treinador era unanimidade nas arquibancadas —nem tanto nos bastidores.





Quando chegou o fim do ano, o desgaste, apesar do título nacional, já era enorme. No trajeto, Cuca também passara a não engolir Paulo Nobre, a quem chamava de "guri". A tensão entre Mattos e o técnico não se suaviza com a conquista. Cuca anunciou que não vai seguir no clube para 2017. Ele justificou a saída dizendo que uma pessoa de sua família estava com um problema de saúde, sem mais detalhes.





Todas as pessoas ouvidas pela reportagem disseram que a saída se deu por problemas de relacionamento do treinador, em especial com Mattos, e que qualquer outra razão, ainda que verdadeira, foi pouco mais que um subterfúgio. "Não havia mais qualquer clima para ele no clube", disse uma das fontes. Mas a história do técnico no Palmeiras não se encerrava aí.





Cuca volta como salvador, reencontra desafeto e adiciona alguns à lista



Sem perder tempo, Alexandre Mattos, agora diretor de Mauricio Galiotte, anunciou a contratação de Eduardo Baptista para 2017. O jovem treinador era visto como o nome ideal para comandar o campeão brasileiro. Mas as coisas não saíram bem.





Além do cargo, Baptista recebeu da diretoria o colombiano Borja, o venezuelano Guerra, Michel Bastos, Willian, Keno e o volante Felipe Melo, entre outros. Todos escolhidos a dedo por Mattos. Mas mesmo com esses nomes, o Palmeiras de Baptista fez água. No Paulista, foi eliminado pela Ponte Preta na semifinal, com direito a uma derrota por 3 a 0 em Campinas.





Na Libertadores, o Palmeiras classifica-se em primeiro no grupo. Mas uma derrota para o Jorge Wilsterman (BOL), em 4 de maio, custou o cargo de Baptista, ainda sob ecos da eliminação diante da Ponte. Para contrariedade de Alexandre Mattos, Mauricio Galiotte decidiu que o Palmeiras deveria recontratar Cuca.





Cuca não gosta do time que não montou







Cuca começou trabalhar com o grupo, mas de cara, alguns dos contratados não o agradam. Em especial Felipe Melo, com quem já tivera entrevero quando técnico do Grêmio, num longínquo 2004, e o caríssimo centroavante Borja. A interlocutores, Cuca criticava ambos. Para o colombiano, mostrou o rumo do banco de reservas, pedindo ao clube a contratação de Deyverson. Já com Melo, a atitude foi mais drástica: em julho, o técnico pediu seu afastamento.





A primeira decisão de Cuca no seu "novo" Palmeiras foi nas oitavas de final da Libertadores contra o Barcelona (EQU). Em Guayaquil, o Palmeiras ia se saindo bem com um 0 a 0 na bagagem. Um gol nos instantes finais, porém, deu a vitória aos equatorianos. Na volta, o Palmeiras vence por 1 a 0, gol de Moisés. Mas o Palmeiras perdeu nos pênaltis, após cobrança errada de Egídio.





Com o afastamento de jogadores importantes e a queda na Libertadores, o enredo de certo modo se parece com o do ano anterior, quando Cuca saca do elenco Lucas e Robinho. Melo tinha forte ascendência sobre o grupo e era benquisto pela maior parte dos companheiros.





O volante ficou três meses afastado. Mas voltou a aparecer no banco em jogo contra o Bahia, no Pacaembu, em 12 de outubro. Após abrir 2 a 0, o Palmeiras ceceu o empate. E no dia seguinte, Cuca foi embora, "em comum acordo com o clube", como assegura uma pessoa que participou dos trâmites ouvida pela reportagem.





A relação entre Mattos e Cuca chegara mais uma vez ao insustentável, em especial com os resultados ruins. A ponto de o presidente Mauricio Galiotte, como um diretor de grupo escolar, ter chamado os dois para se acertarem em reunião, em mais de uma oportunidade. Inevitavelmente, Cuca deixava o Palmeiras. Mas agora, sem um troféu na bagagem.







Até 2018, Cuca jamais descartou um dia voltar ao Palmeiras, garantiu na época pessoa próxima a ele. "Mas aí tem gente lá que tem que sair", era o que ele dizia, quando indagado sobre a possibilidade.



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