O placar de 3 a 1 só no primeiro tempo do último sábado foi retrato de um jogo que mostrou o contraste de comportamento das duas equipes que estão nas finais das competições sul-americanas – o confronto terminou 4 a 2, com um sinal de reação dos donos da casa que passou rápido, mas que pode ser uma luz na trajetória até o Uruguai, em novembro, para final da Libertadores contra o Flamengo.





Se o Palmeiras começou bem, com uma postura diferente no setor ofensivo em relação aos últimos jogos, o Bragantino adiantou sua vitória se aproveitando dos erros do Verdão. E os problemas defensivos são conhecidas dores de cabeça que neste momento parecem sem solução.

Pouco depois de Dudu acertar a trave, os visitantes se aproveitaram de erros de Renan, Danilo Barbosa, Kuscevic para adiantar os três pontos no confronto.





Na arquibancada, a expectativa por cobranças desde o início não foi correspondida. Os palmeirenses, principalmente os da torcida organizada, apoiaram o time durante os 90 minutos, com a exceção de reclamações pontuais e isoladas, como a sofrida por Luiz Adriano no banco de reservas.





Com apoio da arquibancada, o Palmeiras melhorou sua postura e concentração. A apatia de antes após sair em desvantagem foi transformada em intensidade e correria – muitas vezes desorganizada – no campo de ataque. O gol de pênalti convertido por Raphael Veiga até poderia ter colocado o time novamente na partida se não fosse o erro de Dudu logo na sequência.





A primeira manifestação contra o time foi aos 13 minutos da segunda etapa, quando os palmeirenses vaiaram a saída de Danilo Barbosa após um péssimo desempenho. Aos 24, as vaias mostraram a irritação com a falta de opções no ataque e a troca de passes laterais em um momento que o Bragantino já havia recuperado o controle do jogo.





Após o jogo, Abel foi xingado assim como os jogadores. Se antes ele respondeu o apoio com socos no ar, o português reconheceu o momento de dificuldade durante a entrevista coletiva e, desta vez, assumiu a responsabilidade e se colocou como maior culpado pelos erros do time.





O grito de "time sem vergonha" é até um exagero por tudo o que esse plantel mostrou há pouco. Vale lembrar que em janeiro e março o mesmo Verdão venceu títulos importantes. Mas é inegável que algo se perdeu neste caminho e o momento é péssimo, principalmente defensivo.





A realidade palmeirense hoje é uma zaga exposta e um meio de campo lento na marcação e que cede muitos espaços ao adversário.





Contra o Bragantino, que tem velocidade no ataque e jogadores com característica de drible que podem quebrar linhas, o Verdão mostrou muita dificuldade. E é justamente a força ofensiva a principal marca do Flamengo, o outro finalista da Libertadores de 2021.







Abel e o elenco ainda têm tempo para trabalhar e encontrar uma formação, ou uma estratégia, para ter novamente sucesso na competição sul-americana, mesmo que hoje isso pareça muito improvável. A obsessão palmeirense está em Montevidéu e será disputada no dia 27 de novembro, mas o Verdão precisa recuperar sua organização e mostrar o mínimo de segurança para competir.

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