Danilo voltou a jogar pelo Palmeiras na vitória de virada sobre o Sport por 2 a 1, no Allianz Parque, na última segunda-feira. O meio-campista atuou só no primeiro tempo, mas realizou um de seus sonhos: estar em campo diante da torcida na arena.
Promovido aos profissionais durante a pandemia de Covid-19, em que os estádios estavam fechados, o garoto parou de jogar justamente quando as autoridades liberaram a volta do público. O motivo foi uma lesão que alguns torcedores consideram incomum: canelite nas duas pernas.
"Foi uma pancada sem querer no treino, em que chutei a canela do Renan. Ele sentiu na hora e eu não senti nada. Continuei treinando e jogando naturalmente, mas depois de duas semanas começou a doer a canela e foi meio que me deixando um pouco mancando, com dor. Estava tomando remédios para aliviar a dor, até contra o Atlético-MG na ida e na volta (da Libertadores), para aliviar um pouco a dor e ajudar a equipe. Graças a Deus a gente passou e tive um tempo para poder recuperar, só não sabia que iria levar tanto tempo fora dos gramados (risos)", contou.
O volante de 20 anos de idade jogou no sacrifício as semifinais da Libertadores e ainda atuou no empate com o Juventude antes de ficar sob cuidados do departamento médico.
"Já estava havia bastante tempo com dor, mas ninguém sabia, então para mim estava de boa. Estava suportando a dor com remédio, mas o jogo mais importante foi contra o Atlético-MG, pudemos passar à final e agora encaminhamos uma nova sequência de vitórias", acrescentou.
Danilo foi levado ao elenco profissional por Vanderlei Luxemburgo, mas se firmou sob o comando de Abel Ferreira. O técnico vê no jogador um camisa 8, com capacidade para marcar e atacar, e em uma das conversas com o meio-campista citou o estilo de jogo de Kimmich, do Bayern de Munique.
"Depois da volta do Mundial, teve um treino que depois vimos a final do Bayern. Eu tentei dar um passe e errei. O Abel chegou em mim e perguntou se eu vi o Kimmich jogando, quantos passes ele errou. Eu disse que poucos. Ele respondeu: "e quando tiver torcida, se arriscar um passe desse por dentro e errar, você vai tentar de novo?". Eu falei que ia e ele disse que por ele estava de boa, que era isso que ele queria ver, mas para tentar conduzir mais e não tentar tanto passes de tão longe. Levei para mim, quando tem espaço é para conduzir e dar no mínimo dois toques", explicou.
Com 76 jogos pelo Palmeiras e cinco gols, Danilo agora busca se firmar novamente na equipe titular. Em parte da temporada, ele chegou a fazer a dupla de volantes com Zé Rafael, mas Felipe Melo voltou ao time e vive bom momento.
Apesar da disputa entre os três, o jovem conta que a relação entre eles é boa, sem rivalidades. Enquanto Zé Rafael é o parceiro nas brincadeiras, Felipe Melo dá conselhos.
"Com o Felipe no dia a dia a gente sempre fala. Quando ele erra, diz que um volante de qualidade que quer jogar na Europa não pode errar. A gente dá até risada (risos). Quando eu erro, ele me motiva. E com o Zé a gente está brincando, brincamos de lutinha, um xinga o outro e dentro de campo a gente se dá bem, tentamos sempre nos ajudar, não só no ataque, mas na marcação também. Com os dois é tranquilo, conseguimos nos comunicar, não tem rivalidade. Está tudo em casa".
Um dos garotos irreverentes do vestiário palmeirense, Danilo se vê mais à vontade depois de um ano como profissional. Mas diz que não muda o jeito humilde no dia a dia.
"Estou mais tranquilo nas entrevistas, em campo, em tudo, praticamente. Fui ganhando confiança, amadurecendo, com a mesma humildade, alegria que gosto de escutar, sem rebater ninguém. Escutar os mais velhos que já fizeram coisas pelo futebol e ainda estão fazendo já é motivo de felicidade para mim", concluiu.
O Palmeiras volta a campo pelo Brasileirão no próximo domingo, às 16h, contra o Grêmio, fora de casa, pela 29ª rodada da competição.