Da beira do campo: como e por que o Palmeiras perdeu do Bolívar na estreia da Libertadores

7/4/2023 01:19

Da beira do campo: como e por que o Palmeiras perdeu do Bolívar na estreia da Libertadores

ge assistiu à estreia do Verdão no torneio bem de perto, na última quarta-feira, na Bolívia

Da beira do campo: como e por que o Palmeiras perdeu do Bolívar na estreia da Libertadores

Henrique Toth

A estreia do Palmeiras na Conmebol Libertadores foi vista de perto pela reportagem do ge, que esteve no gramado do Hernando Siles acompanhando a derrota para o Bolívar por 3 a 1. Da beira do gramado, foi possível observar bem os “três adversários” do Palmeiras.

– Estávamos à espera de dois adversários: o Bolívar e a altitude. O terceiro não estávamos à espera – disse Abel Ferreira na coletiva de imprensa após a partida, fazendo referência à arbitragem.

Abaixo o ge traz a visão de quem esteve perto das ações, passando pela atuação do Bolívar e do árbitro, os efeitos da altitude e bastidores pós-jogo.

Breno Lopes em Bolívar x Palmeiras — Foto: Henrique Toth

Breno Lopes em Bolívar x Palmeiras — Foto: Henrique Toth

O Bolívar

Tratar o time mais tradicional da Bolívia como uma equipe qualquer seria uma grande injustiça. O clube vem investindo para se tornar uma potência também continental, como mostrou o ge sobre a parceria com o Grupo City .

Bem organizado pelo técnico espanhol Beñat San José, o time boliviano soube impor seu jogo com uma boa qualidade nos passes do meio-campo. Não à toa, o aproveitamento dos passes do Bolívar foi superior ao do Palmeiras (82% x 76%).

Mas em campo, no 11 contra 11, a impressão que passava era de que o Palmeiras era capaz, sim, de ganhar deste Bolívar. Até saiu na frente, com um golaço de Flaco López. Mas aí um outro "adversário", pelo menos na visão do Verdão, entrou em ação.

– Viemos jogar para vencer, o Bolívar teve méritos, mas a arbitragem acabou sendo rigorosa com o Palmeiras e eles tiveram uma supremacia com um jogador a mais. Isso gerou um desequilíbrio – disse Marcelo Lomba após o jogo.

Bolívar x Palmeiras — Foto:  Cesar Greco/Palmeiras

Bolívar x Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

A arbitragem

Alexis Herrera, árbitro Fifa da Venezuela, foi quem apitou o jogo da última quarta-feira. Em ascensão, vivendo um momento de "hype" na sua carreira, Herrera foi criticado por Abel Ferreira na entrevista coletiva.

Da beira do campo, dava para ver a insatisfação dos jogadores palmeirenses com ele, principalmente após o primeiro cartão amarelo de Jailson.

O que mais irritava os atletas era a falta de critério. Irritação corroborada por Abel e pessoas importantes dentro do clube. A visão é de que o quarto árbitro, Jesus Valenzuela, também da Venezuela, seria uma escolha melhor por sua experiência.

No lance abaixo postado pelo Palmeiras nas redes sociais é possível ver a entrada sofrida por Mayke, que deixou o estádio mancando. O árbitro sequer marcou falta.

A altitude (e sua adaptação)

Em entrevista ao ge na terça-feira, Guido Loayza, ex-presidente do Bolívar, brincou sobre a altitude. Segundo o histórico dirigente do futebol boliviano, muitas equipes se escoram na "desculpa da altitude" quando tropeçam diante dos times de seu país.

E esse discurso de Guido foi corroborado por colegas da imprensa boliviana na entrevista coletiva de Abel. O treinador foi questionado sobre, mas rebateu comentando os efeitos que sentiu e lembrando do primeiro tempo do Palmeiras, que poderia ter ampliado o placar.

– Se eu te disser que passei esses dois dias com dores de cabeça? Eu nunca tinha vindo para a altitude, sei do avião quando sobe e comecei a me sentir mal. Poderíamos ter ganho também, o Breno tem chance para fazer dois, três a zero. Não estava a contar com altitude, mas não sou eu quem decido. Se a Conmebol diz que se deve ter jogo aqui, vamos jogar.

Abel Ferreira em Bolívar x Palmeiras na Libertadores — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Abel Ferreira em Bolívar x Palmeiras na Libertadores — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

E de fato a altitude pesa. O Palmeiras levou oxigênio para a partida, mas manteve no vestiário para usar apenas em casos extremos, já que a imagem do atleta respirando por aquele tubo costuma ser forte.

No começo do jogo, o Verdão conseguiu igualar o ritmo do Bolívar que, mesmo pressionando, fazia uma partida parelha com o Verdão. Aos poucos, a intensidade foi diminuindo.

Começaram a aparecer mãos nas cinturas, mãos nos joelhos para descansar e, nitidamente, uma menor velocidade nas transições ofensivas e defensivas.

– Agora, que é preciso uma adaptação aqui, sim. Como disse aos seus amigos, sempre foi assim, continuaremos assim e seguimos em frente – falou Abel.

Jogadores do Palmeiras demonstram cansaço ainda no primeiro tempo do jogo com o Bolívar — Foto: Henrique Toth

Jogadores do Palmeiras demonstram cansaço ainda no primeiro tempo do jogo com o Bolívar — Foto: Henrique Toth

Nos bastidores do Verdão, as críticas estão voltadas justamente à Conmebol, que definiu os grupos da Libertadores no início da semana passada. Fato que não deu ao Palmeiras o tempo necessário para se preparar e, de repente, até repetir a vitória contra o Bolívar em 2020.

Naquele ano, a equipe do Verdão teve quatro dias, contando com o do jogo, para se adaptar a La Paz. Já agora, na atual edição, o Palmeiras realizou um treino na terça-feira e outro na quarta-feira só com os goleiros.

Vinicius Silvestre também comentou sobre a altitude em conversa informal com a reportagem, relatando que o principal problema para a sua posição é a velocidade da bola. Mas não é só isso, o ar não vem, como contou Artur.

– A principal dificuldade foi a falta de ar mesmo, a gente procura e não acha.







1869 visitas - Fonte: Globo esporte

Mais notícias do Palmeiras

Notícias de contratações do Palmeiras
Notícias mais lidas

Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui ou .

Últimas notícias

publicidade