A Justiça do Rio de Janeiro negou recurso da CBF e manteve a suspensão das eleições pra vice-presidente de entidade. O tribunal esclareceu que a assembléia pode ser realizada para qualquer finalidade, menos a de escolher um novo dirigente para a vaga de José Maria Marin, preso nos Estados Unidos. A ação foi impetrada pelo vice da CBF Delfim de Pádua Peixoto, desafeto declarado de Marco Polo del Nero.
A eleição para o posto de Marin teria somente um candidato, Antonio Carlos Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol, que, no caso de renúncia de Del Nero ou suspensão pela Fifa, passaria a ser o sucessor imediato do atual presidente. Atualmente, Delfim é o primeiro na linha de sucessão, por ser o vice mais velho da entidade. Del Nero foi indiciado no processo americano que deflagrou uma crise sem precedentes na Fifa e, desde o dia 23 de novembro, tem procedimento formal de investigação aberto no Comitê de Ética da Fifa.
O descumprimento da decisão acarretará em multa de R$ 100 mil. Em seu despacho, o juiz Mario Cunha Olinto Filho, titular da 2ª Vara Cível, explicou o motivo de manter a decisão. Diz o texto:
"No momento, mantenho a decisão já proferida, posto que há vários pontos de divergência, indicando-se a cautela no sentido de se evitar mudanças que possam vir a afetar drasticamente as relações jurídicas que a ré mantenha inclusive com terceiros".
Em seguida, ele deixa claro que a decisão só se aplica à eleição:
"Portanto, a ordem dada se refere a não realização de eleição do cargo de vice-presidente supostamente vacante. Não há óbice à realização da Assembleia para outros fins".
No seu pedido de reconsideração da suspensão da eleição, a CBF procurou provar a existência de posto vago para vice-presidente, citando carta de renúncia de José Maria Marin em 27 de novembro, e ressaltando que, ao pedir licença do cargo, o presidente Del Nero teve a prerrogativa de indicar o sucessor interino - o vice Marcus Vicente, que hoje é o presidente em exercício.
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