Boca foi suspenso por confusões com o River. Mas o River agora está do lado do Boca
Enquanto a Conmebol se reúne para aclamar Alejandro Dominguez como o novo presidente da entidade, os clubes argentinos se mexem em um ‘complô' que tem tudo para acabar com a Bombonera liberada para a Libertadores. E a união hermana é tão forte que colocou até o River Plater ao lado do arquirrival Boca Juniors.
"Tem que se revisar a punição ao Boca. É desproporcional. Pode acontecer o mesmo a qualquer outro clube. Não podemos ser cúmplices disso, não podemos nos fazer de juízes", disse Rodolfo D'Onofrio, presidente do River Plate.
O Boca Juniors pegou um gancho de quatro jogos com portões fechados em casa e mais quatro sem torcida como visitante pela confusão que teve justamente na partida contra o River Plate, nas oitavas de final da competição do ano passado, com direito à spray de pimenta nos jogadores, drone com provocação ao rival sobrevoando o gramado, jogadores ‘presos' em campo, muita confusão e jogo cancelado após o intervalo.
A união argentina é forte. Os dirigentes do país trabalham para liberar os quatro clubes que têm penas a cumprir. Além do Boca, são mais três times tentando se livrar de ganchos: Rosario Central (um jogo sem público), Huracán (que tem o atacante Wanchope Abila suspenso por três partidas) e Racing (com o goleiro Sebastián Saja com um jogo de gancho).
Em dezembro, o presidente interino da Conmebol, Wilmar Valdez, já havia dado as pistas de que uma anistia poderia ser dada ao Boca. "O tema foi tratado no Comitê e já havia sido comentado em outras oportunidades. Vai ser elaborada uma proposta para ser levada ao congresso, para que se vote a anistia. Pelo menos uma redução é muito provável. Cremos que é importante para o clube e também para os torcedores", disse.
A possibilidade, porém, já havia revoltado outros participantes, como o Grêmio. "Não há justificativa para isso. O que aconteceu no estádio do Boca é gravíssimo. Temos o precedente no Brasil que é o próprio Grêmio, com o racismo no jogo contra o Santos. Estamos até hoje indignados com isso, mas cumprimos uma pena em que o clube não teve nada a ver. Ali (no Boca) houve nitidamente intransigência com situações que prejudicaram o time adversário, inviabilizaram o jogo. E isso tem uma corresponsabilidade. Seria comprometedor coma lisura do campeonato se desequilibrar judicialmente tudo isso", disse Romildo Bolzan, o presidente do clube gaúcho, ao ESPN.com.br.
No caso do Grêmio, a punição não contou com a perda de mando de campo. O clube, porém, ficou indignado com a eliminação na Copa do Brasil porque diz que não teve nada a ver com os insultos racistas que partiram das arquibancadas.
O Boca Juniors está no grupo 3 da Libertadores, ao lado de Bolívar (BOL), Deportivo Cali (COL) e o vencedor do duelo entre Puela (MEX) e Racing (ARG).
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