O Palmeiras de Marcelo Oliveira tinha uma deficiência muito clara: sem conseguir encontrar alternativas para armar o jogo, a equipe apelava com frequência para os lançamentos longos para o campo de ataque - o famoso 'chutão'. Como consequência, o time ficava menos com a bola e costumava ver os adversários tomando conta da partida. Cuca trabalha para mudar esta postura, mas o serviço não será nada fácil.
Nas duas partidas em que esteve no comando do Verdão, o novo técnico viu seus atletas repetirem exaustivamente os 'chutões' - só contra o Audax foram 59 lançamentos, recorde na temporada. Contra o Nacional, no Uruguai, foram 38 lançamentos, um pouco abaixo da média da equipe na temporada - 42 lançamentos por partida.
O pior que é que o time usa este recurso com uma baixa taxa de acerto. Apenas 36% dos 'chutões' tem direção certa. Ou seja, na prática, a cada três 'chutões', em dois o Palmeiras está simplesmente devolvendo a bola ao adversário. Isto se reflete diretamente na posse de bola - que não é garantia de vitória, mas é um parâmetro importante para se entender o que se passa no gramado. O alviverde raramente tem superioridade no quesito, justamente por livrar-se do esférico em demasia.
- ?O Marcelo com certeza não fazia esse tipo de treino (com chutões). Essa situação acontecia por causa dos jogos, às vezes as coisas não encaixam. Eu preciso de um tempo para montar a jogada de saída de bola, achar minha escalação - avalia Cuca.
O Palmeiras volta a campo nesta quinta-feira. O Verdão recebe o Red Bull, às 20h30, no Pacaembu.
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