Um assunto tomou conta do noticiário do Palmeiras nesta semana sem rodada no Campeonato Brasileiro, e nada teve a ver com seus jogadores ou com o trabalho do técnico Cuca visando a partida de domingo contra o Corinthians. Clássico importante. A discussão monopolizou o fato de a WTorre ter marcado evento para o Allianz Parque no mesmo dia em que o Palmeiras receberia o América-MG pelo Nacional. Não era um e evento comum. Trata-se do pré-lançamento do filme “Independence Day, O Ressurgimento’. Marcado para o dia 22, mesma data da partida, a WTorre apenas comunicou o inquilino Palmeiras de que ele não poderia usar o estádio neste dia, e que se virasse para mudar o local do jogo.
Como a WTorre é dona do arena e o Palmeiras só pode usá-la nos dias em que a construtora liberar para as partidas, o jeito foi tentar na CBF a antecipação do duelo para dia 21, o que conseguiu imediatamente. O fato é que muitos torcedor ameaçaram protestar contra a WTorre e seu “Independence Day”, como se ela estivesse abusando dos seus direitos no Allianz. O filme foi considerado pequeno demais perto de um jogo de futebol ou mesmo de um show musical. Ouvi de alguns palmeirenses que o mesmo não acontecia com o estádio do Corinthians, o que me fez correr atrás das explicações como cada clube administra seus estádios.
ARENA DO PALMEIRAS
Sem dinheiro para construir um estádio novo, entendendo que o Palestra Itália já estava superado e não tinha mais lugar nos anos modernos do futebol, o Palmeiras aproveitou o boom da Copa do Mundo de 2014 para se juntar à construtora WTorre e construir uma nova arena, batizada de Allianz Parque por R$ 300 milhões. Colocou abaixo o Parque Antarctica e ergueu a arena Palmeiras, ao custo de R$ 660 milhões. Sem dinheiro para tanto, o Palmeiras aceitou a oferta da WTorre e sua gestão por 30 anos, contratualmente ficando com 100% das rendas dos jogos, mas submetendo-se às regras da parceira, que poderia explorar o estádio quando e como bem entendesse para seus eventos, em qualquer dia do ano. Bastava avisar ao Palmeiras que naquele determinado dia o Palmeiras não teria vez no estádio. Ou seja,o Palmeiras passou a ser inquilino em seu terreno. Mas, além da renda integral das partidas, teria direito a um porcentual das bilheterias dos shows e eventos organizados pela construtora, de 20%, com crescimento de 5% a cada cinco anos até o fim do acordo. Todos os custos do estádio seriam da empresa e não do Palmeiras. O clube também receberia um percentual dos convênios e parceiros da WTorre dentro do estádio. E assim, assinou o contrato, feliz da vida. Jogaria no seu estádio quando o estádio não estivesse ocupado pela empresa. Na hora, pareceu um bom negócio para o clube e seu futebol. Agora, com dois anos de uso, o Palmeiras se ressente do acordo e acusa a WTorre de tirar o time de seu estádio, onde ele é mais forte diante de seus oponentes. Há outros pequenos acordos quando o Palmeiras joga fora de sua casa como mandante. Nesse caso, a WTorre tem de pagar ou reembolsar o clube, coisa pequena perto do fato de o time não ter o direito de mando diante das interpelações da parceira da construção civil. Mas era a regra do jogo na qual o Palmeiras concordou em participar.
12180 visitas - Fonte: Estadão
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