A vitória do Palmeiras sobre o Bolívar-BOL, por 2 a 1, em La Paz, na noite de quarta-feira (16), pela CONMEBOL Libertadores, quebrou um jejum de 37 anos sem vitória de clubes brasileiros atuando contra o rival na cidade localizada a 3.640 metros do nível do mar. Com um trabalho multidisciplinar entre a comissão técnica e o Núcleo de Saúde e Performance, o Verdão conseguiu minimizar os efeitos da altitude e sair de campo com o 100% de aproveitamento mantido na competição.
A delegação alviverde embarcou a La Paz ainda no domingo (13), logo após a partida contra o Sport, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro. Com três dias de antecedência na cidade, realizou dois treinos no Estádio Rafael Mendoza (campo do The Strongest) e pôde identificar melhor os problemas que a altitude traz e que podem interferir diretamente nas ações de jogo, como a hiperventilação e a velocidade maior da bola no ar rarefeito, entre outros.
“Cada dia a mais na altitude você apresenta melhores reações a esse fenômeno. A rarefação do ar, a dificuldade respiratória… Você começa a alterar metabolicamente seu organismo para ter os benefícios normais, climaticamente, do lugar onde está. Não foi empírico, já faço há alguns anos. Se você chega no dia, há o elemento surpresa, o jogador se assusta com a hiperventilação, não está acostumado à velocidade da bola. Além disso, tem o fator psicológico, não há surpresa. Ele percebe nos treinamentos que não vai passar mal”, explica o preparador físico Antônio Mello.
O profissional também estava à frente da preparação física do Palmeiras na pré-Libertadores de 2009, quando o Palmeiras superou o Real Potosí, da Bolívia, por 2 a 0, nos quase quatro mil metros de altitude de Potosí-BOL – o Verdão já havia vencido o jogo de ida, no Palestra Itália, por 5 a 1. Com experiência na altitude, Mello foi preparador físico da Seleção Brasileira Sub-20 no título do Sul-Americano da categoria de 1983, também sediado na Bolívia.
“Tudo o que fizemos foi em cima da nossa experiência. Coordenamos junto à preparação física, médicos, fisiologistas, fisioterapeutas e nutricionista, expliquei da minha convicção. É um trabalho que pertence a todos. Todos imbuídos da mesma convicção facilitou ao máximo para que a equipe entrasse em campo e não sentisse o desconforto da altitude. É simples, e às vezes o simples é sofisticado”, completou o preparador físico do Verdão.
O coordenador científico do Palmeiras, Daniel Gonçalves, reforçou o trabalho multidisciplinar feito pelo clube e o sucesso do planejamento na viagem e na aclimatação a La Paz. “O Palmeiras realizou algo relativamente inédito de ir três dias antes, realizar dois treinos, ter feito um aquecimento especial para a altitude. Os pressupostos teóricos dizem que ir imediatamente antes do jogo minimiza os efeitos fisiológicos. Jogar na altitude traz perda respiratória de 10% no mínimo e percebemos isso nos atletas. Mas há outros ganhos, como cinemática e dinâmica. Então a bola vai mais rápido, você tem chutes mais potentes, e os velocistas conseguem ter melhor desempenho”, afirmou.
“Aliado à experiência do Vanderlei Luxemburgo e do Antônio Mello, que já fizeram isso anteriormente, com embasamento científico do Núcleo de Saúde e Performance, fomos bem sucedidos. Não só no resultado em campo, mas também nas percepções dos atletas. Não se sentiram tão desconfortáveis, o departamento médico interveio quando surgiu algum sintoma leve. Quando você chega antecipadamente, adapta melhor os atletas a essas condições. Foi um planejamento transdisciplinar. Controle da nutrição, hidratação, tudo contribuiu para que conseguíssemos superar esse tabu”, completou Daniel Gonçalves
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Na globo
Que canal tv ao vivo vai passar jogo do palmeiras e gremio