Com média de Prass, Jailson mita no Cartola e dá segurança ao Palmeiras

Goleiro soma 15.20 pontos no game: números já são melhores do que os do antigo titular e ídolo da torcida. Preparador do clube destaca paciência, dedicação e carisma

Jailson treina na Academia: chance apareceu aos 35 anos (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)



São muito positivos os números de Jailson no Palmeiras. A começar pelo fato de que, desde que o goleiro assumiu a titularidade, o time não foi derrotado. Além de um triunfo na estreia da Copa do Brasil, são mais seis jogos sem perder no Campeonato Brasileiro.



Em alguns pontos, o jogador leva vantagem até em comparação com Fernando Prass, ídolo da torcida e que havia feito 15 partidas (com 14 gols sofridos) na competição antes de fraturar o cotovelo direito – em recuperação de cirurgia, ele talvez só retorne na próxima temporada.



Jailson levou quatro gols em seis rodadas, tendo passado invicto em três ocasiões, a mais recente delas no domingo, quando fechou o gol no empate por 0 a 0 contra o Grêmio. Foram quatro grandes defesas em Porto Alegre (veja acima). Ao todo, já são 13 defesas difíceis (média de 2,17 por jogo) e outras sete normais.



Das 41 defesas de Prass, 16 são consideradas difíceis (média de 1,06 por jogo). O antigo titular e capitão da equipe ainda defendeu mais 25 finalizações adversárias com menor grau de dificuldade.



– Ele tem sido fundamental para nós. Entrar com 35 anos pela primeira vez na Série A e estar rendendo como está rendendo é para uma pessoa iluminada. Uma segurança muito grande, ele tem passado. É importante ter um goleiro que passa uma confiança grande para todos – disse o técnico Cuca, ao final do duelo na capital gaúcha, que fez Jailson mitar no Cartola.



O novo paredão palmeirense somou 15.20 pontos no game. Fez quatro defesas difíceis (12 pontos), não foi vazado (cinco pontos), sofreu uma falta (0,5 ponto) e só não foi melhor devido a um passe errado (- 0,3 ponto) e a um cartão amarelo (- 2 pontos) recebido por cera.



O que diz o preparador de goleiros do Palmeiras, Oscar Rodriguez:



O que você pensa a respeito do momento do Jailson?

É fruto do trabalho dele, da dedicação e da paciência, de esperar a oportunidade. Ele estava apto quando surgiu a oportunidade. Fruto também do planejamento do Palmeiras, que não tem um time só. O Palmeiras é um grupo. Os atletas que entram têm dado conta do recado, em busca do nosso objetivo, que é o título.



Como é o trabalho para manter um goleiro reserva paciente e motivado?

Todo atleta tem por objetivo atuar, mas principalmente na função do goleiro, só um pode jogar. Mas o ambiente do Palmeiras é formidável. São atletas que buscam essa excelência no dia a dia, nos treinamentos, buscam oportunidade. Tem uma disputa saudável. Todos que ali estão têm condição de atuar. Quando surge a oportunidade, tem que estar pronto, porque há um grau de exigência muito grande. O clube investiu bastante, dá uma condição muito boa.



O Cuca também tem ligação direta nesse resultado do Jailson, busca orientá-lo, busca formar a equipe, cria opções para o Jailson também

Oscar Rodriguez, preparador de goleiros



Foi o caso do Jailson.

O Jailson está colhendo os frutos do que plantou, dessa paciência, da dedicação no dia a dia. É um atleta que tem um carisma muito grande, todos os companheiros gostam muito dele.



O Cuca ressaltou a segurança que ele tem dado ao time. O goleiro realmente é uma peça fundamental nesse sentido?

Não só o goleiro. A equipe é um todo, tem funções bem definidas ali dentro. O Cuca também tem ligação direta nesse resultado do Jailson, busca orientá-lo, busca formar a equipe, cria opções para o Jailson também. Ele absorveu isso tudo e está em um belo momento.



O Jailson está estreando na Série A, mas tem 35 anos. Mesmo assim, ainda há algo a ser melhorado?

Eu sou eternamente insatisfeito, acho sempre que dá para melhorar, principalmente em atleta de excelência. É do ser humano querer progredir. É possível, sim, ele sabe disso e está buscando isso também.