A ridícula punição aplicada ao Peñarol pelas cenas de selvageria ocorridas após o jogo contra o Palmeiras deixam claro: ainda é muito longo o caminho para que o futebol sul-americano seja levado a sério.
O clube uruguaio foi punido com multa e obrigado a jogar uma partida com portões fechados. Já eliminado desta Libertadores, o Peñarol ainda tem um jogo a fazer em casa, contra o Jorge Wilstermann – que é rival do Palmeiras.
A punição é perfeita para o Peñarol: pode cumpri-la num jogo em que não tem objetivos esportivos e ainda se livra de ter a própria torcida protestando contra a eliminação vexaminosa na Libertadores.
É importante esclarecer que o Tribunal de Disciplina é um órgão independente da administração da Conmebol. Seus integrantes são indicados pelas associações nacionais e eles não são remunerados pela confederação.
Mas a imagem que fica é: aliviaram para o Peñarol. Incentivaram a violência. A decisão surpreendeu dirigentes da Conmebol e até da Associação Uruguaia de Futebol. Ninguém esperava uma punição tão branda. Na prática, um prêmio.
Os responsáveis por tomar essa decisão foram o paraguaio Eduardo Gross Brown, a venezuelana Amarilis Belisario e o chileno Juan Carlos Silva. A sentença pode ser reformada pela Câmara de Apelações. É o que se espera.
Nos últimos 15 meses, a Conmebol passou por avanços impensáveis até pouco tempo atrás: abriu as contas pela primeira vez na história, se livrou de gente ligada aos ex-presidentes enrolados no "Caso Fifa" e demonstrou ter força na Fifa ao garantir as 6,5 vagas para a Copa do Mundo a partir de 2026.
Ao contrário de seus antecessores, o presidente Alejandro Domínguez pode viajar pelo mundo sem ser incomodado pela polícia. Nesta semana, o prédio onde outro dia documentos apodreciam embaixo de goteiras recebeu ex-jogadores e técnicos para discutir futebol.
Não é pouco. Mas de nada adianta resolver os problemas administrativos enquanto no campo ainda se permite (e se incentiva) o que fez o Peñarol no estádio no estádio Campeón Del Siglo.
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