Ganhar títulos não é motivo de festa apenas para jogadores e torcedores. Os diretores financeiros dos times de futebol do país suspiram quando seus clubes são campeões e faturam premiações milionárias. A tesouraria do Palmeiras tem todos motivos para amar Abel Ferreira. A do Corinthians deve sofrer pelo clube não ganhar uma taça desde 2019.
Entre 2021 e 2023, os três primeiros anos do português no clube, o alviverde faturou R$ 473 milhões em premiações por resultados obtidos em campo. Nesta temporada, são mais R$ 10,5 milhões pelo vice da Supercopa e o título do Campeonato Paulista, conquistado neste domingo. São então R$ 483,5 milhões no caixa graças à montanha de títulos da era Abel Ferreira.
Nos seus balanços, o Corinthians não isola o faturamento em premiações. O clube soma esse valor com as receitas obtidas com o programa "Fiel Torcedor", loterias e ainda "outros". E mesmo assim o valor é irrisório quando comparado ao que o Palmeiras fatura exclusivamente com premiações.
Entre 2021 e o primeiro semestre de 2023 (o último número oficial), o Corinthians diz ter faturado R$ 64 milhões com "premiações, Fiel Torcedor, loterias e outros". Se o ritmo dos seis primeiros meses do ano passado se repetir no segundo semestre, seriam algo como R$ 86 milhões em três anos, ou menos de 20% do dinheiro que o Palmeiras recebeu por resultados em campo sob o comando de Abel Ferreira.
Premiação tem um peso grande no sucesso financeiro do Palmeiras. Em 2021, número impulsionado pela conquista da Libertadores de 2020, foram R$ 284 milhões, ou 29% de todas receitas do clube. No ano seguinte, a premiação respondeu por 12% do faturamento. No Corinthians, a linha "premiações, Fiel Torcedor, loterias e outros" respondeu por apenas 2% das receitas de 2021. Em 2022, bateu nos 4%.