O Dérbi dos jornais em 1993

22/2/2017 19:55

O Dérbi dos jornais em 1993

O Dérbi dos jornais em 1993

Vai um pôster do campeão aí?



O clássico desta quarta-feira entre Palmeiras x Corinthians, que abre o caminho para o segundo século de uma rivalidade medonha que desperta os sentimentos menos descritíveis dentro da gente, foi apropriado pelos insuportáveis departamentos de marketing. "O Maior Clássico do Mundo" entrevistou torcedores em um vídeo promocional, respondendo perguntas do tipo "qual arena é mais bonita" e "qual torcida é mais fanática". Respostas óbvias, tempo perdido e nada do verdadeiro sentimento que nos castiga e faz levitar entre os apitos do árbitro de um dérbi, que é assim, "dérbi", não "derby" como a ação publicitária vendeu.



Tomado pela frustração com o vídeo tentando vender tudo como maior e mais bonito, resolvi fazer a anticobertura do jogo. Até porque, sem torcida visitante, com torcida única, o clássico perde metade de seu sentido. Fui aos arquivos da Folha de S. Paulo do dia 12 de junho de 1993, manhã de sábado, dia frio em São Paulo, dia dos namorados e dia do Palmeiras acabar com um jejum que durava seis mil e cinquenta e quatro dias, ou quase 17 anos. E para acalmar os antinostálgicos: nem tudo era tão diferente naqueles tempos.



Na Capa (ponho Capa com maiúscula, pois Capa é Capa), a manchete joga o Palmeiras para o ataque e o texto chama a competição de Supercampeonato Paulista.



Você abre o jornal e a partida começa a ser destrinchada. Para começar, o duelo de técnicos e uma lembrança para nós em 2017: o treinador do Corinthians era ninguém menos do que o Pai do Eduardo Baptista (assim com maiúsculas, esse para mim é o nome dele). Tanto o Pai quanto nosso Luxa abriram a boca para a reportagem não assinada, e, ao invés de segredos, revelaram suas intenções para o duelo e deram aos leitores uma matéria de muito interesse.





Excelente material para um dia decisivo.



Na entrevista com ambos, divergiram sobre o 3-5-2 (Pai do Eduardo gostava, Luxa não) e sobre a característica mais importante para um técnico vencedor (Pai do Eduardo crê no comando, Luxa em time bom), além de lembrarem o que mudou no futebol e neles mesmos de 1990 (quando treinavam os times da final caipira entre Novorizontino e Bragantino) até a decisão de 93.



Importante: o Pai do Eduardo Baptista tinha 42 anos no dia daquela final. Eduardo Baptista tem, hoje, 44 anos. Falemos sobre maturidade e respaldo ao nosso técnico noutra oportunidade.



Ainda no campo dos técnicos, a Folha, em matéria assinada por ninguém menos que Paulo Calçade, abriu espaço para o humorista Carlos Alberto Parreira, que naquela época treinava a seleção brasileira, o ponto alto de sua carreira como comediante. Sem plágios, ele recomendou garra ao Palmeiras para a decisão.





Parreira: O Brasil que deu certo



Legal, Parreira. Agora eu viro a página do jornal e encontro algo que o palmeirense que enxerga favorecimento sistemático ao rival gostará. Primeiro, Viola, que era mesmo um tanque, recebia nota 10 nas letras garrafais e era chamado de "super-herói imbatível" no nariz de cêra assinado por Sérgio Sá Leitão. "É um pássaro? Um avião? Não. É Viola", diz o mesmo parágrafo. No contexto do jogo de ida, com o "gol porco" marcado pelo artilheiro do campeonato, a matéria fez muito Giuseppe engasgar no café da manhã.





Uau!



Uma página antes, uma bela explicação sobre a "superdefesa do Pai do Eduardo". Um pranchetão sem touchscreen, bacana, quem dera o espaço para estas análises fossem mais frequentes e possíveis. Acontece que o jornal do dia seguinte precisava vir com uma errata: a superdefesa tomou uma das maiores surras que o Morumbi já testemunhou.





Olha o Zinho entrando pela diagonal...



Aí, para preencher o espaço do jornal, é aquela coisa, o estagiário liga para uns ilustres e pega umas aspas marotas. Quem vai ganhar esse jogo? Pelo Corinthians, Ayrton Senna fala. "Tomara que a gente toque ferro neles". O Palmeiras foi defendido por João Gordo. Defendido? "O Palmeiras no final sempre brocha. Para mim não faz diferença se vai ganhar ou não, porque não vou receber nada por isso. Acho que ficaremos na saudade mais um ano". Nota-se que João Gordo estava numa outra onda, a onda do palmeirense há 16 anos frustrado.



Vicente Matheus e Fernando Nabucco para eles, Magic Paula e Luiz Belluzzo para nós, e temos uma gracinha.





Eu te perdoo, João Gordo



Por fim, o espaço publicitário. Um quarto de página foi pago para a CBN anunciar não a transmissão do jogo, mas sim seu desejo de paz. Em um formato estranho, é verdade, mas que incomodou alguém que passaria batido pelos anúncios publicitários naquela manhã. A violência já era um problema que muito nos incomodava. Curioso notar também como as rádios eram fortes.



Outras duas equipes estampavam no jornal anúncios sobre a transmissão, além da TV Gazeta, prometendo tudo sobre a festa do campeão, com apresentação de Roberto Avallone. Tá bom, Chico Lang?





Bravo



Pronto, voltemos a 2017. Primeiro jogo grande do ano. Todos atentos e dispostos.



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7638 visitas - Fonte: ESPN FC

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meio a zero pro verdão tá ótimo, mas vai ser uns 4

4x1 Verdão!

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