Messi no Fifa 15: em outros países, negociação é direto com as ligas (Foto: Divulgação)
Os gols de Ricardo Goulart, as defesas de Rogério Ceni, os passes de Conca, os dribles de D’Alessandro – nada disso estará presente no Fifa 15, a mais recente edição do game que fideliza fãs mundo afora. Acontece que a EA (Electronic Arts), empresa responsável pelo jogo, não encontrou segurança jurídica para usar os direitos de imagem dos jogadores que atuam no Brasil em seu banco de dados. O resultado é decepção geral: para os criadores do jogo, para o público, para os clubes e para os próprios atletas.
A situação não é simples. A EA negocia diretamente com os clubes, e aí não encontra problemas: está de acordo com todos os da Série A e poderia usar suas marcas tranquilamente. Os clubes, por sua vez, fazem acordos de direitos de imagem com seus atletas para usos múltiplos, mas esse é um universo muito heterogêneo. A empresa percebeu um ambiente nebuloso, no qual ter um acordo com as equipes não é sinônimo de ter um acordo com os atletas. E não encontrou um órgão que os representasse conjuntamente nesse tipo de negociação.
- Ficou claro que não está claro – resumiu Jonathan Harris, gerente de negócios da EA no Brasil.
Sob pena de sofrer processos por uso indevido de imagem dos jogadores, a EA resolveu não correr o risco. Ao firmar acordo com os clubes, a empresa se sente segura para usar seus nomes, suas cores, suas camisas, seus escudos. Mas os jogadores, com seus nomes próprios, com a representação de suas feições e características físicas, fogem desse universo. É esse o acordo que falta.
- Com os clubes, o acordo é sobre uso de escudos, de camisas, o nome do clube. Mas isso não significa direito de imagem dos jogadores. Mesmo que alguns clubes digam que têm, é difícil ter certeza disso. De qualquer forma, se a EA usar o nome do jogador e o jogador não quiser, ele vai atrás da EA, não do clube. Tem que falar com cada jogador, com cada clube, com empresário... – explica Harris.
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