Não é novidade para ninguém que os dois maiores clubes do futebol brasileiro de 2016 para cá são Flamengo e Palmeiras, não necessariamente nessa ordem. Há uma disputa em alto nível entre esses dois times que souberam se reinventar há mais ou menos uma década, melhorando de forma substancial as suas administrações, investindo em estrutura, na base e, claro, em reforços que batem recordes nas janelas de transferências.
A tabela do Campeonato Brasileiro mostra, desde a 3ª rodada, o Flamengo em 1º lugar e o Palmeiras na 2ª posição. Sinceramente, será difícil que os dois não estejam no pódio desta disputa no final do ano, afinal os pontos corridos premiam normalmente os melhores elencos e os trabalhos mais sólidos. Talvez conquistem algum outro título, como a Libertadores, a Copa do Brasil ou quem sabe a Copa Intercontinental.
De 2016 para cá, são seis títulos brasileiros da dupla Flamengo/Palmeiras. As exceções foram o surpreendente Corinthians de Fábio Carille em 2017 (quando os mais poderosos ainda não faturavam R$ 1 bilhão por ano), o Atlético-MG de 2021 (em um esforço hercúleo com ajuda de mecenas para encerrar o jejum de 50 anos sem taça do Brasileiro) e o Botafogo de 2024 (às custas de uma SAF estadunidense que virou exemplo de sucesso no futebol sul-americano).
O Flamengo e o Palmeiras, já de largada, venceram duros jogos fora de casa e conseguiram resultados e performances marcantes. Se o Rubro-Negro aplicou a grande goleada da disputa até aqui, apresentando o futebol mais vistoso do país nas mãos do técnico Filipe Luís, o alviverde de Abel Ferreira amassou o grande rival Corinthians e tirou a invencibilidade do Inter no ano mesmo jogando no Beira-Rio.
Paralelamente ao sucesso financeiro e esportivo de Flamengo e Palmeiras, outros grandes clubes do país que teriam potencial para brigar de fato pelas principais taças sofrem com administrações caóticas e temem mais rebaixamentos e quebras do que qualquer outra coisa.
Eu posso começar falando do Vasco, que vive um século amargo recheado de quedas e de perda de competitividade. O Gigante da Colina acreditou que uma SAF poderia mudar o curso da história e que jamais o time enfrentaria o rival Flamengo de novo em condição de inferioridade.
Já vimos esse filme passar também em Belo Horizonte com o Cruzeiro, que penou alguns na Série B e esteve a ponto de ir para a 3ª divisão e até de ter a sua falência oficialmente decretada.
O Santos, por sua vez, apostou quase todas as suas fichas para esta temporada em Neymar e no pai dele, que tem colocado uma boa grana para melhorar a estrutura do clube.
Os grandes do Rio Grande do Sul, que sofreram muito no ano passado com as enchentes, ainda não estão em situação de competir economicamente com Flamengo e Palmeiras.