A base merece mais espaço no Palmeiras

22/3/2017 14:39

A base merece mais espaço no Palmeiras

A base merece mais espaço no Palmeiras

Vitinho só recebeu oportunidades em amistosos no início da temporada



O Footstats fez na última segunda-feira uma pesquisa interessante. Pegou os 12 maiores times do Brasil, contou quantos jogadores oriundos da base atuaram por seus clubes em 2017 e somou os minutos em campo de todos eles. Um levantamento curioso que abre várias interpretações, embora, claro, nenhuma definitiva ou bombástica, posto que é março e cada time tem sua agenda, suas Primeiras Ligas e listas de inscrições, enfim.



O Palmeiras é o único dos 12 times que ainda não usou ninguém da base na temporada. O segundo que menos usou é o Flamengo - 9 jogadores em 14 jogos, somando 1.423 minutos. Curiosamente, os dois times que atualmente mais se reforçam no futebol brasileiro são os que menos (ou nada, no nosso caso) usam a base. O Fluminense, com 18 atletas e 6.613 minutos em 15 jogos, é quem mais usou, valendo-se da Primeira Liga para tal, mas, impossível não considerar, mostrando que o período pós-Unimed fomentou o espaço para crias de Xerém.



Zero é um número preocupante. Treinam Thiago Martins e Vitinho. O primeiro está lesionado com gravidade e o segundo não terá, aparentemente, muitos minutos de campo em curto prazo. O que pode ser combatido com "mas ainda é março" não dá grandes sinais de mudança para junho ou setembro. E isso tem a ver com a gestão do clube e as escolhas que se faz com o cofre cheio.





Ryder x Sales



Um ano após um time cheio de pratas-da-casa fazer um papel honesto na Libertadores de 2013, um pequeno exército destes garotos foi fundamental para que o Palmeiras se livrasse das garras da Série B em 2014. Para neutralizar, por exemplo, a inhaca de Mouche e Allione, tínhamos Victor Luis e João Pedro. Passado o drama, Paulo Nobre, reeleito, começa o planejamento de 2015. Dudu chega primeiro, e depois dele quase duas dúzias de atletas estacionam na Academia. Política agressiva do novo diretor Alexandre Mattos. Fazia sentido refazer o elenco naquela época, vá lá.



Alguns Ryders Matos depois, lá estávamos na final da Copa do Brasil, com atuação brilhante de Matheus Sales, outrora quase dispensado, e a histórica substituição na lateral, sai João Pedro, entra Lucas Taylor, campanha que deu a Gabriel Jesus o primeiro gol, o primeiro golaço e muito mais. Campeões do Brasil um ano depois daquele desastroso 2014, já não fazia tanto sentido um ataque ao mercado com a mesma volúpia. Seja como for, em 2016 o espaço para a categoria de base diminuiu sensivelmente. Não fosse Gabriel Jesus, que é a exceção das exceções (a base tem que entregar complementos, não craques prontos), teríamos um clarão de nomes.



A tendência foi mantida em 2017, ou seja, dá para enxergar um padrão, uma linha, na política do clube: a cada ano com Mattos, menos nomes da base ganham minutos de campo. A leitura estatística do Footstats não é descolada dos fatos. Pode não ser uma má notícia imediatamente, mas não soa de todo saudável a médio prazo e não aparenta ser fruto de um planejamento consistente.



Grana



Categoria de base custa dinheiro, bastante dinheiro. É trabalho dispendioso, meticuloso, coisa de especialista, não é pra qualquer um. Se a base não entrega jogador para o time de cima, dois podem ser os motivos: ou não tem ninguém bom para subir, ou não tem espaço para que o bom suba. Em ambos os casos, é dinheiro do Palmeiras que está sendo gasto em vão. E falar em dinheiro com palmeirense, hoje em dia, é quase impossível. A riqueza muda as pessoas - os corinthianos que amam Itaquerão que nos digam.



A Crefisa nos paga muito mais que a concorrência e nos coloca naquela situação estranha em que muitos escolhem a miopia voluntária, tratam o cash como um colonizador trata a riqueza de um país invadido, ou seja, explore tudo imediatamente, já, não deixe para depois. Muito dinheiro para gastar não é, claro, sinônimo de bom gasto do dinheiro. Na verdade, quase sempre é o contrário. Clubes de futebol, quando ganham o dobro do que ganhavam antes, costumam pagar duas vezes mais pelas mesmas pessoas e serviços. Em uma rara coincidência pecuniária, um presidente com capital para tanto resolveu injetar muito dinheiro nas artérias do clube ao mesmo tempo que um empresário com dinheiro incontável resolveu em um almoço que colocaria grana no clube do coração. E se a conta não fechar, eles fingem que o patrocínio do meião custa 8 milhões, botam mais dinheiro e fecham a conta. Não é a gestão mais habilidosa, nem a mais ortodoxa, mas é a mais simples de ser feita - basta ter dinheiro. Ter dinheiro e amor é uma beleza, mas sempre tem o antipático necessário para dizer que isso não é eterno.



A vaca gorda é exceção e é preciso pensar no Palmeiras a longo prazo. Rola um paradoxo: o departamento profissional, com tanto dinheiro, de alguma forma pode sabotar o investimento feito na categoria de base. Um curioso caso de dinheiro que sabota dinheiro, investimento que sufoca outro investimento. Um planejamento mais cuidadoso garantiria um funil maior para o último estágio da nossa base (que vai muito bem nas competições que disputa). O que acontece é que, no Palmeiras, o prata-da-casa precisa matar três vezes mais leões que o nome de fora. A gente investe para trazer a prata-da-casa ainda em formação do Criciúma, do Coritiba, e não importa o que nossos emprestados façam nos clubes onde ganham experiência, nunca voltam com moral. Não lembro de um só caso. Victor Luis, no Botafogo, enquanto Baptista reveza os insuficientes Zé Roberto e Egídio na posição, é um exemplo.



E quem consegue explicar Matheus Sales, hoje no Bahia, após fazer o que fez na final de 2015, sofrer tanto para cavar pequenas oportunidades no time em 2016? Aliás, quantos Flávios precisamos comprar para substituir um Taddei, jogador regular, mediano, nada de mais, mas que ficou uma década na Roma dando conta do recado e que, aqui, foi expurgado sem dó mas teria evitado muitas contratações desastrosas? O Vitinho, quando entrar pra valer, vai ter segurança pra jogar ou vão pedir guilhotina para o meia já no primeiro erro?



Oito ou nove



Um elenco bem servido não se ressente deste debate, mas não é o caso do Palmeiras. Continuamos em situação econômica que inspira cuidados a longo prazo, não é um excelente patrocínio ou um contrato novo de TV fechada que altera isso - o estrago causado ao longo das décadas é gigante. Se o clube é meu, entre os 30 profissionais que treinam, pelo menos 8 ou 9 são oriundos da base. É, antes de tudo, um alívio para a folha salarial, além de recompensador. São atletas mais identificados e teoricamente mais comprometidos com a camisa. De quebra, a ideia consagra um planejamento orgânico, em que o cara que está no penúltimo ano de júnior consegue enxergar uma porta aberta no time principal - hoje eles enxergam, se muito, uma fresta.



Tudo bem, se não forem oito ou nove, que sejam pelo menos três ou quatro. Eles existem, estão lá, e funcionam como uma ponte muito importante entre o departamento profissional de futebol do Palmeiras e o mundo real. Cada vez mais ilhado na Academia de Futebol, o Palmeiras não pode perder este fluxo com a molecada. E ver o numero zero piscando nas estatísticas quer, sim, dizer alguma coisa.



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9009 visitas - Fonte: ESPN FC

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Tem que avisar ao colunista, que tenta denegrir bastante todo o trabalho feito no Verdão, que cada clube monta seus times como pode e como quer. Acho que, quem tiver realmente valor e talento na base, será e sempre foi reconhecido. Certamente, o colunista deve ser torcedor destes timinhos que estão morrendo de inveja da gente!!!
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não usamos jogador da base porque o palmeiras e o time mais rico do Brasil e tem o melhor elenco ser o jogador mostra que tem espaço no time titular ele vai joga

porisso ke digo nao adianta contratar jogador meia boca .e nao e sdimissivel manter jogadores q.nao tenha nem uma espekitativa d dislanchar como alekisandro r markes arouca . tao atrapalhand ocupand lugar d jovens como vitinho iorra alAm e outros.

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