Bola no chão e trocas no meio: o que esperar do Palmeiras contra o Bernô

Time treinado por Eduardo Baptista pode ter as estreias do zagueiro Yerry Mina e do meio-campista Moisés, ambos fundamentais para a equipe na temporada passada

Cinco dias depois da primeira derrota na temporada, que já fez surgirem críticas de parte da torcida, o Palmeiras que vai a campo às 19h30 (de Brasília) desta quinta-feira, diante do São Bernardo, em casa, deve ter mudanças. A começar pela escalação titular, que pode ter as estreias do zagueiro Yerry Mina e do meio-campista Moisés.



Edu Dracena, que tem atuado como titular neste período sem o colombiano, vem dando conta do recado, é verdade. No tropeço para o Ituano – quando, no anseio do empate, foi substituído no final pelo atacante Alecsandro –, ele não errou passes e foi importante também nos desarmes. Na vitória sobre o Botafogo, na estreia, um dos melhores em campo.



Ainda assim, uma diferença significativa pesa a favor de Mina. O grandalhão de 1,95, além de muito forte no jogo aéreo, melhora a saída de bola. Com Dracena e Vitor Hugo, a defesa troca muitos passes horizontais e tem mais dificuldade para romper a primeira linha de marcação adversária, algo que o colombiano faz muito bem (veja análise de 2016 no vídeo acima).



Para piorar, sem Tchê Tchê – o melhor condutor de bola entre o primeiro terço do campo e o ataque machucou o ombro esquerdo – , a missão de Felipe Melo de distribuir o jogo vem sendo mais complicada. O ex-volante da seleção brasileira gosta de arriscar inversões e lançamentos longos, mas essa muitas vezes não é a melhor solução para um Palmeiras que, agora sob comando técnico de Eduardo Baptista, tenta chegar ao ataque com a bola no chão.



O possível retorno de Moisés deve ajudar. Ainda que tenha se caracterizado por se livrar da bola com rapidez e qualidade, algumas vezes pelo alto, o agora camisa 10 talvez seja o melhor indicado para a função que Tchê Tchê vinha exercendo.



– Temos vários jogadores com essa qualidade, de buscar a bola e iniciar a jogada. Acho ideal ter um rodízio, mudar de posição, confundir o adversário. É uma característica minha buscar o jogo e acredito que vou continuar dessa forma, também chegando na área. O Eduardo gosta muito disso, vai depender muito do que ele me pedir – disse o meia, na quarta-feira.



No sistema 4-1-4-1 do novo treinador, o time conta com Felipe Melo à frente da defesa e dois meias por dentro, alinhados aos pontas. Diante do Bernô, nesta quinta-feira, Moisés teoricamente seria um desses meias, como titular ou entrando no decorrer da partida, ao lado do venezuelano Alejandro Guerra.





No campo da esquerda, os locais de passe de Edu Dracena contra o Botafogo, na estreia do Campeonato Paulista. No campo da direita, as ações de Mina diante do Coritiba, no Campeonato Brasileiro do ano passado. Colombiano se projeta mais ao campo de ataque, rompendo a primeira linha de marcação, o que dá superioridade numérica e abre espaços





– Temos que procurar entrosar com as peças disponíveis neste momento. Ontem (terça-feira) mesmo, eu falei com o Guerra. Nos joguinhos que a gente faz nos treinos, procuramos sempre estar no mesmo time. Já conseguimos fazer boas trocas de passe, em busca do melhor entrosamento possível – comentou.