Ajude o palmeirense a recuperar a rua, presidente!

Chegou a hora de a diretoria do Palmeiras falar a favor da torcida sobre a rua Palestra Itália



O Palmeiras fez na noite desta quinta-feira, contra o São Bernardo, seu terceiro jogo em casa em 2017 e, como nos três últimos jogos do ano passado, o torcedor teve mais uma vez violado seu direito constitucional de ir e vir pela rua Palestra Itália e demais arredores do Allianz Parque, a não ser que tivesse adquirido seu ingresso para o jogo. Ficar pelos bares das redondezas, curtindo o palmeirismo no ar, mais uma vez exigiu criatividade de quem não quis ou não pôde comprar seu ingresso.



A decisão de fechar as ruas em volta do na reta final do Brasileiro foi uma obra coletiva, cujos autores são: o Ministério Público, liderado pelo promotor Paulo Castilho, aquele que já está para completar 10 anos de perseguição à região do Palestra, desde as semifinais do Paulistão de 2008; da Polícia Militar, que comprovou sua vocação para a desinteligência ao lidar com torcedores; a associação de moradores da região, muitos dos quais lucraram com a valorização dos imóveis na região após a reforma do estádio e agora se fazem de salame ao reclamar de confusão como se não houvesse um campo de futebol ali há mais de 100 anos, quando mal havia bairro em volta; e do Palmeiras, na figura de seu então presidente, Paulo Nobre, que não moveu uma palha em defesa do torcedor e adotou um discurso higienista, com acusações sem provas e um toque de xenofobia – quem não lembra da “gangues de batedores de carteira bolivianos”?



Não esqueçamos que Nobre é também um defensor da torcida única nos clássicos, a inútil medida que fará com que mais uma vez, na quarta-feira que vem, o time esteja sozinho em Itaquera, sob a vista apenas dos reis e de seus amigos privilegiados.



O MP, a PM e os moradores continuam os mesmos. O Palmeiras, porém, está sob nova direção desde dezembro, e uma das características que diziam sobre Mauricio Galiotte, de forma positiva, é que ele seria mais próximo da torcida e menos elitista. De fato, uma leve mudança de postura foi notada na semana passada, quando Borja chegou debaixo de festa no aeroporto e a conta oficial do clube no Twitter postou fotos e vídeos da ocasião. Parece bobagem, mas no ano passado as mídias oficiais ignoravam qualquer manifestação que não fosse oficial – foi assim na caminhadas que a torcida fez do estádio ao CT, por exemplo, na reta final do Brasileiro, ou na festa em Congonhas antes do jogo contra o Atlético-MG.





Sozinho, nosso presidente não pode mudar nada. Mas seria de bom tom que ele tomasse uma posição oficial diante da torcida dizendo que vai tentar convencer as autoridades a mudar de ideia e parar de auxiliar no processo de segregação. Não há nenhuma lei que obrigue o clube a ceder os dados do programa de sócio-torcedor para ajudar a polícia na rua, com tablets manuseados por funcionários do Palmeiras, da W/Torre, da Allianz ou sei lá de quem.



Vale lembrar que tal proibição não vale para nenhum dos nossos rivais mais próximos. Chegaram a falar que iam adotar a medida no Morumbi, mas a PM e o MP recuaram, por algum motivo ainda desconhecido. Está na hora da diretoria do Palmeiras prestigiar mais seu torcedor nos bastidores dessa verdadeira guerra política que ameaça a cada dia a festa do povo que ama o futebol. Está na hora de entender que é preciso atender e oferecer apoio a todos os torcedores, e não apenas à nata de privilegiados e/ou apaixonados que pagam o Avanti e compram ingresso para entrar no estádio. O programa é ótimo, vantajoso e tudo o mais, isso já sabemos, mas o Palmeiras é maior do que isso. Com a palavra, Galiotte.



O jogo







A vitória sobre o São Bernardo refresca um pouco das críticas a Eduardo Baptista e mostra que Michel Bastos está chegando com força para brigar pelo time titular, mas continua sendo cedo para tirar qualquer conclusão, positiva ou negativa. Vamos esperar o jogo de domingo, contra o Linense, em Araraquara, e o dérbi da próxima quarta-feira para ter uma noção mais completa do que esse time vai fazer no médio prazo.