Fazendo justiça: Diego Souza foi muito bem no Palmeiras

Diego Souza, que nesta terça poderá atuar como atacante da Seleção Brasileira, foi convocado pela primeira vez em 2009, quando era atleta do Palmeiras, e eu julguei importante lembrar disso em tempos de adesão de parte da torcida palmeirense ao Manchester City, graças ao Gabriel Jesus, verdadeiro atacante titular do Brasil, atualmente lesionado e que infelizmente optou por sair do clube antes de completar pelo menos 100 jogos, mas, que bom, depois de conseguir duas taças - Diego Souza fez mais de 150 jogos.



Diego Souza, após um início marcante no futebol do Rio, era, posicionado como segundo volante, peça-chave do Grêmio de Mano Menezes, vice-campeão da Libertadores de 2007. Foi o primeiro real sinal da versatilidade e da qualidade de um jogador que, vimos mais tarde, nunca mais seria volante ou coisa do tipo, mas era realmente acima da média. Se tornou meia, meia-atacante, e jogador do Palmeiras a partir de 2008.



O que poucos lembram é que, tantos anos antes do Caso Dudu, Diego Souza foi um caso de reviravolta de mercado. Por vários dias as manchetes colocavam Diego no São Paulo, ou, em caso de fracasso nas negociações com o time do Morumbi, de volta ao Grêmio, em definitivo (era atleta do Benfica, que queria vendê-lo). O Palmeiras, com o aporte da parceira Traffic, montava um time interessante, com Luxa no comando, e Diego Souza de repente vestia a camisa verde.



O campeão paulista de 2008, com Diego e Valdívia na criação, era agradável e competitivo. Acho justo que, entre os dois, o espaço do chileno na memória afetiva do torcedor seja maior, mas apenas se considerarmos esta competição isoladamente. Valdívia foi embora para ganhar dinheiro numa periferia da bola, e Diego Souza fez um bom campeonato brasileiro, seguido de um excelente ano de 2009 com a camisa do clube. E excelente é a palavra certa, mesmo.



Melhor jogador do time na Libertadores. Disparado. Destaco as atuações em Recife na primeira fase e contra o Nacional nas quartas-de-final. No Brasileirão, foi eleito pela CBF nada menos que o craque do campeonato. Por fim, acabou convocado por Dunga, pela primeira vez na seleção, e encerrou a temporada marcando o gol mais absurdo que já vi em um estádio, contra o Atlético-MG (esse aí no vídeo abaixo). Com Luxa, Jorginho ou Muricy, era líder (do) técnico. Keirrison definhava, Vágner Love largava mão, Cleiton Xavier conhecia o departamento médico que tanto ama e Diego Souza, mesmo fortemente cobiçado, renovou contrato com o clube. Fez 62 jogos, sem lesões de período longo. Não é o culpado pela derrocada final. Mas aquela derrocada final explica muito de sua imagem permanente no clube.