Desempregado, ex-Palmeiras viu 'São' Marcos zoar seca de gols: 'Vou fazer antes que você'

22/12/2016 09:07

Desempregado, ex-Palmeiras viu 'São' Marcos zoar seca de gols: 'Vou fazer antes que você'

Desempregado, ex-Palmeiras viu 'São' Marcos zoar seca de gols: 'Vou fazer antes que você'

FOTO: LOLA OLIVEIRA/GETTY IMAGES



O forte do volante Wendel Santana Pereira Santos nunca foi fazer gols.



Atualmente desempregado após passagem pelo Mogi Mirim, no Paulistão deste ano, o ex-jogador de Palmeiras, Santos, Goiás, Ponte Preta e Atlético-PR, entre diversos outros clubes, ficou mais de uma década sem sentir a alegria de mandar a bola para as redes, inclusive durante os muitos anos em que pertenceu ao time do Palestra Itália.



"Eu não fiz nenhum gol pelo profissional do Palmeiras. Ficou só a expectativa, né (risos)?", diverte-se o volante, em entrevista ao ESPN.com.br. "Meu foco sempre foi fazer boas partidas, nem tanto fazer gols, não me preocupava com isso. Eu queria saber de dar assistências. Sempre que me perguntavam dos gols eu respondia: 'Gol não tenho nenhum, mas já dei um monte de assistência'. Os caras davam risada (risos)", brinca.



Seu jejum só terminou em 2015, quando ele anotou pelo Boa Esporte em cima do Bahia, após mais de 10 anos sem saber o que era guardar a bola no fundo do barbante.



"Fiquei mais de 10 anos sem fazer gols, só dando assistências. O último que eu tinha feito em competição profissional foi pelo Palmeiras B, em 2003. Aí, fiz contra o Bahia, quando ganhamos de 3 a 0 no ano passado. Foi um momento de alívio! Daí eu disse: 'Agora abriu a porteira, vão vir vários' (risos). Esse ano fiz um em cima do Santos, pelo Mogi Mirim. Se Deus quiser, ainda vão vir muitos outros gols ainda", sonha.



A seca de mais de uma década, contudo, foi tão grande que o meio-campista chegou a ser zoado até mesmo pelo lendário goleiro "São" Marcos, um de seus melhores amigos nos tempos de Palmeiras, que vivia lhe dizendo que faria um gol pela equipe profissional antes de Wendel, como o próprio volante lembra, às gargalhadas.



"O primeiro cara que me mandou mensagem depois do meu gol pelo Boa foi o Marcão. O pessoal sempre brincava sobre quem ia fazer o primeiro gol pelo Palmeiras, eu ou ele. Ficava uma tiração de sarro um do outro. Ele me provocada: 'Se tiver um pênalti, vou bater, vou marcar antes que você. Ou se mandarem uma bola na área vou guardar também' (risos)", recorda o veterano.



"Quando fiz o gol, ele mandou uma mensagem legal: 'Parabéns, Pedrito!'. Ele e o Leandro 'Buchecha' [ex-lateral esquerdo do Palmeiras] me chamavam assim, porque falavam que eu era o homem de pedra, um Pedrito (risos). E eu tirei sarro do Marcão: 'Tá vendo, passei na sua frente (risos)", sorri.



'PALMEIRAS, MINHA VIDA É VOCÊ'



Entre muitos altos e baixos, Wendel viveu uma "vida" no Palmeiras.



O meio-campista chegou ao Palestra Itália em 2003, depois de ser revelado aos 14 anos no Vitória. Aos 16, veio tentar a sorte em São Paulo, jogando em São José e Joseense (time pelo qual disputou uma Copinha ao lado do goleiro Jaílson, hoje ídolo alviverde). Depois, se destacou pelo Juventus da Mooca, indo na sequência para o Palmeiras B, extinto segundo time palmeirense que disputada as divisões inferiores do Estado.



Após ser promovido ao time principal, Wendel teve suas primeiras chances em 2006, quando o técnico Emerson Leão foi demitido e Marcelo Villar, que já o havia comandado nos tempos de Palmeiras B, assumiu em meio à crise palestrina.



"Eu estava em casa numa segunda de manhã e ligaram mandando eu me apresentar, porque o Marcelo tinha me chamado para treinar. Na época, eu não tinha nem carro, morava em Mogi das Cruzes e peguei o trem da CPTM pra ir para a Barra Funda. Cheguei no treino como reserva, no segundo tempo virei titular e na quarta-feira fui escalado para pegar o São Paulo nas oitavas de final da Libertadores", lembra.





FOTO: MAURICIO LIMA/AFP/GETTY IMAGES



"Minha missão era marcar o Danilo, que era o melhor jogador deles na época. Eles tinham um timaço, com Lugano, Mineiro, Josué, muitos caras bons! Lutamos até o fim, mas infelizmente fomos eliminados. No entanto, foi uma coisa maravilhosa para mim, uma reviravolta na minha vida, que veio através de muito trabalho e esforço", ressalta.



Em 2007, Wendel se consolidaria como titular alviverde sob o comando do técnico Caio Júnior, atuando como lateral e volante. Foi no ano seguinte, porém, que ele viveu seu grande momento no Palmeiras, dando o passe para o 2º gol da equipe, marcado por Valdivia, na vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, na semifinal do Campeonato Paulista, que encaminhou o Verdão para o título e o fim de um longo jejum de conquistas.



"Aquele Paulistão foi o momento mais especial da minha carreira. Fazia cinco anos que não ganhávamos do São Paulo, e pude ajudar com mais uma assistência. Foi um momento de desabado para a torcida, diretoria e jogadores. O São Paulo tinha nos eliminado duas vezes da Libertadores e vinha ganhando tudo desde 2005. Era osso ganhar dos caras, então naquele dia foi uma alegria muito grande", recorda.



Wendel também lembra bem de outros detalhes daquele clássico.



"Foi um dia cheio de polêmicas, né (risos)? Teve a história do gás de pimenta no vestiário, depois os refletores se apagaram durante o jogo, teve de tudo! O Valdivia fez o gol e comemorou fazendo sinal de 'cala a boca', aí o Rogério Ceni não gostou e tentou dar um chutinho na canela dele por baixo. O juiz fingiu que não viu (risos)", rememora.



Vivendo boa fase, mas sem tanto espaço em um time cheio de estrelas comandado por Vanderlei Luxemburgo, o meio-campista acabou emprestado ao Santos durante o segundo semestre de 2008, ajudando a salvar a equipe praiana do rebaixamento - e de quebra terminando como um dos melhores laterais direitos do Campeonato Brasileiro.



Wendel ainda fez parte da campanha do Palmeiras no Brasileirão de 2009, quando a equipe paulista chegou a liderar boa parte do torneio, mas perdeu a taça no final.



Nas temporadas seguintes, passou por vários outros clubes por empréstimo, como Goiás, Atlético-PR, Ponte Preta e Grêmio Barueri, antes de voltar a ser utilizado no Palmeiras, na Série B de 2013 e durante o Brasileirão de 2014, no ano do centenário.



Fazendo um balanço de seus mais de 10 anos como jogador palestrino, Wendel diz ter orgulho do títulos que ganhou (um Paulista e duas Séries B) e também do fato de nunca ter sido rebaixado pelo clube.



"2014 foi um ano que marcou, por ser centenário, mas infelizmente passamos o segundo semestre com muita tensão, buscando sair da zona da degola. Graças a Deus escapamos no último jogo, mas foi um ano difícil. Eu nunca fui rebaixado com o Palmeiras, só ajudei a subir. Em 2003, estava no elenco do acesso, e em 2013 joguei bastante e ganhamos o título", cita.



Ao fim do ano, o contrato do volante não foi renovado, e Wendel deixou o Palmeiras após um longo período. Uma decisão que lhe deixou muito chateado, como ele confessa.



"Foi triste minha saída do Palmeiras, pois eu sempre tive um carinho muito grande pelo clube, sentia que era minha casa. A gente tenta se preparar para o momento de sair, mas nunca está pronto de verdade. Quando acabou meu contrato, fui agradecer ao Paulo Nobre por todos aqueles anos de Palmeiras. Queria ter renovado, mas infelizmente não deu. Vida que segue, fica a gratidão eterna. Sempre que vou à Academia sou bem recebido, uma prova de que reconhecem meu esforço", discursa.



Atualmente, Wendel segue na torcida pelo time do Palestra Itália.



"Como dizem os torcedores: 'Palmeiras, minha vida é você. Tudo o que tenho, tudo o que sou como jogador, todo o patrimônio que conquistei, foi por meio do Palmeiras. O Palmeiras foi a minha vida. Minha filha cresceu comigo entrando em campo nos jogos, minha família frequenta o clube social até hoje. Tenho muitos amigos por lá, e sempre que posso vou vistar o elenco e os funcionários de quem ainda sou muito amigo", conta.



"Fiquei muito feliz pelo Palmeiras ter sido campeão brasileiro, ainda mais pelo meu amigo Jaílson, que foi eleito o melhor goleiro do campeonato. A chance veio e ele mostrou todo o seu talento, que eu já conhecia da base. Assim como eu, ele é um grande batalhador. Também fiquei muito feliz pelo Cuca, que foi meu técnico no Santos, e pelo Omar Feitosa, que foi meu preparador físico e depois gerente", exalta.



'AINDA QUERO JOGAR MAIS 2 ANOS'

A forma física exemplar sempre chamou a atenção em Wendel. Constantemente elogiado pelo preparo invejável, ele garante que, aos 35, está pronto para jogar mais dois anos. Falta só aparecer um clube interessado em seu futebol voluntarioso.



"Depois do Paulistão desse ano, tive convites de clubes, mas preferi não assinar. Esperei um pouco mais, acabou não dando certo e não acertei com ninguém. Estou treinando forte todos os dias me preparando para meu próximo desafio. Ainda quero jogar mais uns dois anos em alto nível. Um exemplo que miro é o Renato, do Santos, que jogou todas as partidas do Brasileiro. Fisicamente estou muito bem, e nunca tive uma lesão séria na carreira", salienta, lembrando que já preparou o pé-de-meia.



"Nesses anos de bola fui fazendo minha independência financeira, uns invetimentos, alguns imóveis para alugar. Por isso tenho essa opção de não aceitar qualquer proposta, fico esperando algo bom aparecer. Sempre fui um cara consciente disso", ensina.



A obsessão pela forma física, aliás, rendeu outro apelido a Wendel durante seus anos no Palestra Itália: "Soldado", que é como ele era chamado pelos colegas devido às horas que passava na academia, quase como um militar em treinamento no quartel.



"Eu gosto muito de fazer musculação, academia, treinar parte física. O Pierre e o Marcão viviam enchendo meu saco com isso. Falavam que ao invés de participar de jogo beneficente, eu ia participar de maratona beneficente (risos). Falavam até que eu ia distribuir botijão de gás (risos). Eles adoravam me sacanear. Colocaram o apelido de 'Soldado', porque depois dos treinos eu fazia um complemento físico, abdominal e flexão. Eles falavam: 'Tá louco, nem soldado treina tanto assim'", relembra.



Wendel, aliás, diz que consegue bater até mesmo o físico do veterano Zé Roberto, sempre citado como exemplo de cuidado com o corpo, já que segue jogando aos 43.



"Sempre respondia para eles que eu fazia tudo aquilo porque precisava cuidar do corpo, que é meu instrumento de trabalho. E toda vez que vou visitar o CT do Palmeiras, o pessoal fica brincando e falando pra eu disputar com o Zé Roberto pra ver quam faz mais abdominais. Acho que eu ganho, hein (risos)! Os dois tiozinhos ainda são os melhores nos exercícios (risos)", encerra, como sempre, às gargalhadas.



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