28/12/2016 18:48

Eduardo Baptista está preparado para tanta pressão? Esta dúvida atormenta a todos no Palmeiras…

Publicado em 28/12/2016 às 16h42 Guerra, Felipe Melo, Michel Bastos. Elenco com mais de 20 ‘titulares’. Obrigação de ganhar a Libertadores e disputar o Mundial

"É...peço voto de confiança.



"Que possamos fazer com que 2017 seja ainda melhor que 2016."



Foram nove segundos que exalaram tensão, insegurança, nervosismo.



Eduardo Baptista falou pela primeira e única vez como treinador do Palmeiras ao site oficial do clube. Há nove dias. Depois de elogiar a torcida, o trabalho 'brilhante' de Cuca, pediu o voto de confiança.



Deixou péssima impressão entre os conselheiros, torcedores e mesmo companheiros de diretoria do presidente Mauricio Galiotte. A humildade não foi bem-recebida. Foi entendida como profunda insegurança.



Suscitou a dúvida que atormenta a todos no Palestra Itália.



Eduardo Baptista está pronto para assumir o Palmeiras?



Filho do também treinador Nelsinho Baptista, Eduardo tem apenas quatro anos como treinador de futebol, depois de 16 anos como preparador físico. Resistiu apenas 26 partidas no Fluminense, o clube maior que dirigiu. Caiu após se indispor com Fred e não conseguir organizar um sistema tático convincente. Jornalistas cariocas insistem que ele se mostrou muito inseguro, indeciso. E imaturo.

Os melhores trabalhos de Eduardo Baptista foram no Sport e na Ponte Preta, clubes tradicionais, porém médios. Sem cobranças exageradas, grandes expectativas nacionais ou internacionais. Locais onde ele se mostrou muito mais à vontade.



O que se esperar do clube mais pressionado de 2017?



Aquele que assume ser a conquista da Libertadores sua prioridade?



Se não estiver, ao final do próximo ano, nos Emirados Árabes disputando o Mundial, a temporada será um fracasso? O clube que tem o maior potencial econômico para fazer as maiores contratações? Que se recusou a entrar no Profut para não ter limitações de gastos no seu futebol? O dono da mais mais bem localizada e mais lucrativa das arenas particulares deste país?



Campeão brasileiro e buscando reforços e buscando incessantemente mais reforços para ficar o time mais forte da América do Sul? Já apontado, inclusive pelos adversários, como favorito ao título da Libertadores de 2017?



Atletas da qualidade de Guerra, o melhor jogador da Libertadores de 2016? Felipe Melo, um dos jogadores de personalidade mais difícil do futebol moderno? Michel Bastos, atleta problemático, escorraçado do São Paulo?



Além de um elenco inchado, mas muito qualificado?



Com pelo menos 20 atletas com potencial para brigar para serem titulares?



Eduardo Baptista terá força para comandar o grupo?



Lidar com os questionamentos da imprensa, da torcida?

Paulo Nobre, Mauricio Galiotte e Alexandre Mattos sabiam desde outubro que Cuca não seguiria comandando o Palmeiras. Mesmo sendo campeão brasileiro. Ele queria pelo menos seis meses para cuidar de problemas graves de doença na família. Mas também seu relacionamento com Nobre e Mattos já estava desgastado. O técnico se mostrava tenso, irritadiço. Não perdoava, por exemplo, o desleixo com o gramado após os muitos shows organizados pela WTorre. E não se conformava por ter de colocar seu time técnico, na indecente relva da arena palmeirense. E não atuar em outro local, como no Pacaembu.



Cuca já está com a sua vida financeira resolvida.



E não quis seguir no Palmeiras.



Sabe que saiu valorizado.



Cansados da postura de Cuca, Nobre e Mattos procuraram no mercado um treinador afinado com os dirigentes. Capaz de administrar as crises internamente, que levasse sempre em consideração as exigências dos dirigentes, que se comportasse como um funcionário do clube. Alguém muito mais fácil de lidar.

E que tivesse conceitos modernos do futebol.



Não fosse um medalhão antigo, reacionário, personalista.



Daí a escolha por Eduardo Baptista.



Alexandre Mattos levou o nome aos dois presidentes. Um no final do mandato e outro que iria assumir. Ambos gostaram das referências. E decidiram bancá-lo. Ele queria dois anos de contrato. Mas Nobre e Galiotte só quiseram oferecer um. Demonstração que eles também não tinham certeza absoluta se era a aposta certa.



Os dois sabiam que haveria um anticlímax ao ser anunciado.



Só que a dúvida acabou sendo maior do que esperavam.



A sombra de Cuca é alta demais.



Ele deixou o time campeão do Brasil, como havia prometido.



E com domínio sobre os jogadores.



Era campeão da Libertadores.

A lógica exigia alguém com títulos mais importantes do que a Copa do Nordeste, Campeonato Pernambucano e Taça Ariano Suassuna. Todas as conquistas que Eduardo Baptista conseguiu acumular nos seus quatro anos como técnico.



A subserviência do novo treinador está demonstrada nas contratações que estão chegando ao Palmeiras. Nenhuma foi indicação sua. Foram feitas por Cuca. Ele avisou que deixaria o elenco de 2017 montado. Aliás, atendeu a um pedido de Alexandre Mattos. Ele sabe que contratações importantes, como Guerra, levam meses para serem costuradas.



A única palavra dita por Eduardo Baptista em relação aos nomes deixados por Cuca foi uma só.



Sim.



Seguindo seu papel de funcionário do clube, o treinador tem fugido das entrevistas. Segue a ordem de não esvaziar sua apresentação, sua coletiva, que acontecerá em janeiro. Fosse um técnico mais vivido, com ego maior, já teria falado. Há muito tempo.



No Brasil, o treinador ainda é visto não como uma peça a mais na estrutura do futebol. Mas a principal. A que determina todas as coisas. Os jogadores são aqueles que mais querem alguém para respeitar. Além de conceitos táticos modernos, socos na mesa e chutes em garrafas d'água seguem tendo importância.



Embora polido na maioria das vezes, Tite é adepto do teatro. Já cansou de gritar, xingar, chutar garrafas de água para provocar seus jogadores. Cuca também não é tão adepto do diálogo como gosta de demonstrar.



Quem trabalhou com Eduardo Baptista o vê como um técnico trabalhador, com ótima visão tática, mas muito sereno. Ninguém espere rompantes no banco de reserva ou mesmo nas coletivas, quando algo está dando errado. Ele adora deixar para resolver internamente.

Segue fazendo curso de aprimoramento na CBF.



E fugindo das entrevistas.



Enquanto isso, o clube anuncia Guerra.



Felipe Melo provoca torcedores nas redes sociais.



Michel Bastos abre mão de R$ 4 milhões para deixar o Morumbi.



Galiotte projeta as dezenas de milhões de reais que devem render a Libertadores.



Isso se o clube chegar à decisão.



E conselheiros e torcedores se questionam.



Arouca, Rafael Marques, Edu Dracena, Egídio...



Tiago Santos, Cleiton Xavier, Lucas Barrios...



Alecsandro, Erik querem saber do seu futuro.



Seguirão meros reservas?



O esquema 4-3-3, campeão do país, nunca foi o predileto do novo treinador.



O time estreia na Libertadores, pensando apenas no título, no dia 8 de março.



Será que Eduardo Baptista está pronto para tanta pressão?



Esta pergunta domina e assombra o Palmeiras...

VEJA TAMBÉM
- Palmeiras finaliza preparação e define escalação para enfrentar o Cuiabá no Brasileirão.
- Palmeiras Recebe Reforço de Poupados em Treino Pós Vitória na Copa do Brasil
- Abel Ferreira tem nove jogos para realizar sonho da torcida palmeirense

46149 visitas - Fonte: Cosme Rímoli/R7

Mais notícias do Palmeiras

Notícias de contratações do Palmeiras
Notícias mais lidas