Ex-Palmeiras e Cruzeiro diz que Ibra é apelão no videogame: 'Só joga com o Brasil e coloca o Roberto Carlos no ataque'

22/9/2017 10:53

Ex-Palmeiras e Cruzeiro diz que Ibra é apelão no videogame: 'Só joga com o Brasil e coloca o Roberto Carlos no ataque'

Ex-Palmeiras e Cruzeiro diz que Ibra é apelão no videogame: 'Só joga com o Brasil e coloca o Roberto Carlos no ataque'

O atacante Zlatan Ibrahimovic tem fama de "marrento", mas na verdade é muito boa praça e adora fazer novos amigos. Quem atestou isso de perto foi o zagueiro Gladstone, ex-Palmeiras, Cruzeiro e seleção brasileira, atualmente sem clube após ser eliminado da Série C com o Botafogo de Ribeirão Preto.









Revelado pela "Raposa", tendo sido um dos destaques da final da Copa do Brasil de 2003, o defensor, hoje com 32 anos, destacou-se com a camisa celeste e, em 2005, despertou a atenção da Juventus, que o levou por empréstimo. Na "Velha Senhora", ele fez amizade com Ibrahimovic, que havia sido contratado um ano antes.



E logo no primeiro contato, ainda no campo do CT, Gladstone ficou impressionado.



"O Ibra é um bicho (risos). Eu não o conhecia direito ainda na época, porque éramos muito novos, mas teve um lance do treino que foi absurdo: bateram um lateral e eu estava marcando o cara, mas a bola foi muito alta e ia passar por cima de nós dois. Só que, do nada, ele levantou a perna acima das nossas cabeças! O cara era muito alto, mas conseguiu dominar, trouxe a bola, foi para o meio e ainda chutou", conta o zagueiro, ao ESPN.com.br.



"Só por esse lance já dava para ter um aperitivo da qualidade dele. Eu fiquei abismado com a elasticidade do cara, mesmo ele tendo aquele tamanho todo. Só depois fui saber que é porque ele é lutador de taekowndo", completa.



Com o tempo, Ibra foi se afeiçoando ao brasileiro e um dia resolveu lhe convidar para conhecer sua mansão em Turim. Lá, Gladstone foi desafiado pelo craque sueco para uma partida de videogame, e acabou descobrindo que o atacante é tem o famoso perfil "apelão" na hora de jogar futebol virtual com os amigos.



"Uma vez fui na casa dele porque ele queria me apresentar as máquinas que ele tinha (risos). Só Ferrari ele tinha duas e mais outros carrões na garagem. Também havia um quarto gigante escuro reservado só para jogar videogame, porque o Ibra adora. Na época era ainda o Playstation 2, e ele me desafiou para jogar", lembra.



"Quando começamos a jogar, ele só pegava o Brasil, porque tinha o Ronaldo, de quem ele é fã. Aí uma hora falei para ele trocar, ele foi lá e pegou o Real Madrid, porque tinha o Ronaldo também (risos). Sacanagem, né?", diverte-se.



Ibrahimovic, aliás, também usava uma das táticas mais absurdas que os fãs de videogame criaram nos anos 2000.



"Além de ter sempre o Ronaldo, o Ibra ainda colocava o Roberto Carlos no ataque, porque ele corria demais e só soltava bomba! Mas quem não fazia isso, né? (risos)", gargalha.



"Mas fora de campo ele sempre foi um cara muito gente fina comigo, brincava muito para quebrar o gelo e me entrosar com o pessoal. No período que fiquei na Juventus ele foi um amigão, super de boa", elogia Gladstone.



Outra coisa que impressionou o zagueiro foi o apetite do sueco.



"Jantar com o Ibra sempre tinha muita salada, pasta e vinho. E o cara era muito bom de garfo, melhor que eu (risos). Também, pra sustentar aquela máquina de dois metros de altura precisa de comida pra caramba (risos)", brinca.



Amizade com os craques da Juventus

Gladstone foi muito jovem para a Juventus, com apenas 20 anos, ainda recém-saído das canteras do Cruzeiro. Ele já vinha se destacando também pelas seleções brasileiras de base, e os olheiros da "Velha Senhora" não demoraram para achá-lo.



"Eu era empresariado pelo Daniel Pereira, que tinha parceria com o Mino Raiola [empresário de jogadores como Ibrahimovic, Pogba e outros]. Depois do Mundial sub-20 de 2005, o Mino tinha alguns olheiros pelo torneio e me viu jogando. Como fui muito bem, ele se interessou e acertou tudo depois. Eu fiquei entre ir para a Roma ou para a Juventus, mas no fim ele acabou me colocando na Juve", conta.



Ao chegar na Itália, o brasileiro ficou impressionado com a quantidade de craques, já que à época a Juve tinha um dos times mais estrelados de sua história.



"Era um grupo que todos falam que foi um dos mais fortes da história da Juventus: Buffon, Thuram, Cannavaro, Vieira, Camoranesi, Emerson, Nedved, Ibrahimovic, Del Piero, Trezeguet... Tá louco, era uma seleção!", exalta.



Mesmo sem falar italiano, Gladstone foi "abraçado" pelo grupo, que frequentemente o convidava para fazer algum programa, de forma que ele não ficasse sozinho e isolado em Turim, já que não conhecia ninguém na cidade.



"O Emerson me ajudou muito, além do Zalayeta, que morava perto de casa. Eles sempre passavam de manhã e me davam carona para os treinos. Assim, eu não fiquei sozinho e fizemos uma amizade muito bacana", lembra.



Dessa forma, o brasileiro foi aos poucos conhecendo as famílias e a intimidade de grandes craques daquela Juve, como o ex-meia Pavel Nedved.



"O Nedved era um cara muito profissional, nunca vi igual na vida. Nessa época, ele tinha um filho de nove anos. Estávamos jantando umas 19h e o menino já estava morrendo de sono e doido pra ir dormir, e eu sem entender nada, porque criança costuma ficar 'elétrica' nesse horário", recorda.



"Aí o Mino perguntou: 'Pavel, por que o garoto está cansado? Teve um dia duro na escola?'. E o Nedved respondeu: 'Não, é porque aqui dentro do condomínio tem um parque e ele correu 7 km comigo. Eu quase engasguei (risos)! O cara era um 'touro' e já estava ensinando o filho dele a ser igual", relata o zagueiro.



Ainda inexperiente, Gladstone acabou fazendo só uma partida pelo profissional da Juventus: uma vitória por 4 a 1 sobre a Fiorentina, pelas oitavas de final da Copa da Itália. No entanto, ele se lembra de cada detalhe daquele duelo.



"O jogo contra a Fiorentina foi o único que fiz. O time já estava ganhando de 2 a 0 e o técnico tirou o Cannavaro para poupá-lo para o jogo do final de semana. Daí ele me colocou no lugar dele para fazer a estreia. Foi muito bom e tive bom desempenho, mas lembro que estava um frio de lascar (risos)", sorri.



"Turim é muito fria, e eu nunca tinha experimentado nada igual, só nos treinos. É muito difícil jogar desse jeito, passei uns apuros no começo até aquecer de verdade. Mas como o time estava bem montado, não tinha como dar errado. Qualquer um que entrasse ali faria um bom papel", analisa.



Mesmo curta, a passagem pela Juventus acabou sendo uma grande experiência.



"O melhor de tudo foi o aprendizado. Eu cheguei muito jovem, e para conseguir jogar no meio de tantas feras era muito difícil. Mas, para um defensor, atuar na Itália é um sonho, porque é o país que forma os melhores do mundo na posição. Isso me deu uma bagagem muito boa para o resto da carreira", explica.



Apesar de ter jogado pouco, o brasileiro agradou o técnico Fabio Capello, que pediu à diretoria alvinegra para comprá-lo em definitivo do Cruzeiro. No entanto, o escândalo de manipulação Calciopoli, revelado em 2006 e que acabou rebaixando a Juve para a 2ª divisão, impediu que a transferência fosse concluída.



"Eles tinham interesse em me comprar, mas, como punição pelo escândalo, eles não puderam mais fazer transações. Isso me obrigou a sair do time, porque eu tinha sido contratado por empréstimo com opção de compra, mas eles não puderam exercer, então não consegui ficar lá. Fiquei triste, porque vários craques do time acabaram saindo, e eu teria muitas chances na Série B", lamenta.



Em 2006, Gladstone acabaria deixando a "Velha Senhora" para jogar no Hellas Verona, também da Itália. Depois, passou pelo Sporting, de Portugal, antes de retornar ao Brasil em 2008, quando foi contratado pelo Palmeiras.



Na sequência da carreira, passou por Náutico, Portuguesa, Vaslui-ROM, ABC, CRB, Cabofriense, Gil Vicente-POR, Itumbiara-GO, Mogi Mirim-SP e Villa Nova-MG antes de chegar ao Botafogo-SP, que foi seu último time. Agora, procura um novo clube para dar sequência, ainda sem qualquer plano de aposentadoria.



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