12/8/2020 08:30
Como derrota para o Fluminense em 2018 mudou a história recente do Palmeiras
Nesta quarta-feira, o Palmeiras visita o Fluminense, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã, pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O adversário e o local são emblemáticos para o Verdão, já que foi justamente em um jogo contra o Tricolor, no "Maior do Mundo", que a história recente do Alviverde mudou.
Para explicar, é necessário voltar a 2016, quando Cuca assumiu o comando no Palestra Itália pouco antes do início do Brasileirão.
Após conquistar o título da Série A, o treinador deixou o comando do Palmeiras, e a diretoria alviverde resolveu mudar as diretrizes.
A partir de 2017, houve a decisão de apostar em técnicos da chamada "nova geração". E o primeiro escolhido foi Eduardo Baptista, que vinha de bons trabalhos em Sport e Ponte Preta.
No Palestra, porém, Baptista não conseguiu repetir o mesmo sucesso, e foi demitido após resultados insatisfatórios no Paulista e na Libertadores.
Cuca foi novamente chamado ao resgate, mas sua volta foi trágica, e ele não chegou nem até o final do ano, sendo demitido em meio ao Campeonato Brasileiro.
A nova aposta, então, passou a ser Alberto Valentim, que era auxiliar-técnico fixo da comissão palestrina e acabou promovido ao cargo de comandante principal.
Valentim ainda levou o Palmeiras ao vice-campeonato nacional, mas, na virada do ano, o Verdão preferiu apostar em outro nome da "nova geração" para ser o treinador.
Com isso, foi anunciado Roger Machado, que, a esta altura, havia passado por Grêmio e Atlético-MG na carreira - Valentim, por sua vez, foi para o Red Bull Brasil.
Roger teve um bom início no Palestra, chegando à final do Paulistão. No entanto, foi derrotado de forma traumática pelo Corinthians, em pleno Allianz Parque.
Com isso, ele acabou sendo derrubado pouco a pouco na reta inicial do Brasileirão 2018, quando alternou bons resultados com tropeços inexplicáveis.
A trajetória de Roger se encerrou em 25 de julho de 2018, justamente em um jogo contra o Fluminense, no Maracanã.
Na ocasião, o Palmeiras fez uma partida muito ruim, praticamente sem causar danos ao rival, e foi derrotado por 1 a 0, com gol do lateral Gilberto.
Quase de madrugada, veio a notícia da demissão do comandante.
A RUPTURA
Após a saída de Roger Machado, houve uma clara ruptura nas diretrizes da diretoria alviverde.
Depois de mais um nome da "nova geração" falhar, a decisão foi por apostar em nomes mais consagrados, com histórico vencedor e mais "casca" para aguentar a pressão.
O primeiro escolhido foi Luiz Felipe Scolari, o Felipão, que chegou sob grande desconfiança, mas também com certo apoio por seus muitos títulos no Palestra Itália.
E, de cara, o "choque de gestão" deu certo: sob o comando do bigodudo, o Palmeiras arrancou para o título do Brasileirão e ficou também perto de ganhar a Libertadores (caiu na semi).
Em 2019, Scolari não foi bem no Paulista, mas vinha tendo um excelente início de Brasileiro, dando a impressão de que faturaria mais uma vez a Série A.
pós a parada da Copa América, porém, o desempenho alviverde caiu muito, e o Flamengo de Jorge Jesus surgiu como grande força para ser campeão.
Felipão acabou sendo demitido justamente após ser eliminado da Libertadores para o Grêmio e depois sofrer dura derrota para o Fla (3 a 0, no Maracanã), pelo Brasileiro.
A diretoria palestrina seguiu decidida em apostar em nomes de peso.
Veio, então, Mano Menezes, que vinha de diversas conquistas pelo Cruzeiro nos anos anteriores, inclusive eliminando seguidamente o Palmeiras na Copa do Brasil.
Mano até começou bem, com uma boa série de vitórias no início. Todavia, logo o futebol começou a minguar, e pontos começaram a ser perdidos no Brasileiro.
Veio, então, outro revés duríssimo para o Flamengo (3 a 0, no Allianz Parque), que abalou as estruturas palmeirenses de vez.
No mesmo dia, foram mandados embora o próprio Mano e também o diretor de futebol, Alexandre Mattos.
O Palmeiras, então, tentou a contratação do técnico Jorge Sampaoli, que vinha de grande ano no Santos, mas a negociação naufragou.
A diretriz, então, foi mantida: era hora de procurar mais uma nome consagrado, e o escolhido foi Vanderlei Luxemburgo.
Nestes oito meses de trabalho em 2020, Luxa viveu altos e baixos, tendo como principal dificuldade vencer clássicos (não conseguiu ganhar nenhum na temporada).
No entanto, o "Pofexô" conduziu o Palmeiras à conquista do Paulistão, acabando com um jejum de 12 anos da equipe alviverde na competição.
Desta forma, ele também se tornou o maior dono de títulos Paulistas, além de ter se isolado no ranking de treinadores mais campeões pelo Verdão.
O título acalma o ambiente para Luxemburgo, que faz, nesta quarta, contra o Fluminense, sua estreia em mais um Brasileiro pelo Verdão.
E o fato do adversário ser o Fluminense, no Maracanã, não poderia ser mais emblemático para a história recente dos palestrinos.