Conheça um pouco da trajetória do capitão Dudu

24/11/2016 07:35

Conheça um pouco da trajetória do capitão Dudu

Paixão pela avó, temperamento difícil e desempenho escolar fraco: pessoas importantes na vida do atacante lembram casos de sua infância e ressaltam mudança

Conheça um pouco da trajetória do capitão Dudu

Dudu faz coração para a torcida após gol decisivo contra o Botafogo (Foto: Reprodução/Twitter)





“O segredo do sucesso é nunca desistir”. A placa, pregada em uma das grades da Ovel, clube formador de jogadores em Goiânia, pode definir muito bem a trajetória do atacante que está prestes a levantar a taça de campeão brasileiro em 2016. Dudu, do Palmeiras, precisou ser perseverante para domar sua personalidade forte, quando mais jovem, e esperar pelo momento certo para iniciar a carreira como profissional.



A condição financeira e alguns problemas familiares foram percalços, mas a força de vontade e o talento o levaram ao lugar em que está hoje. Decisivo, é quem mais dá assistências na competição nacional (10, ao lado de Gustavo Scarpa, do Fluminense) e foi autor do gol que deixou o título bem perto do Verdão, diante do Botafogo no último domingo.



A reportagem do GloboEsporte.com esteve em Goiânia, cidade natal de Dudu, e falou com quatro pessoas importantes na infância do jogador: Dorival Resende, ex-presidente da Ovel, clube de base pelo qual Dudu jogou após ser revelado pelo Atlético-GO, Peninha, técnico que comandou o atual capitão palmeirense, a professora Maria Lúcia, que orientou o atleta no ensino fundamental, e Valéria, mãe de Dudu (veja trechos dos depoimentos no vídeo acima).



Todos se lembram do temperamento difícil no começo, mas enaltecem o bom coração. O menino “custoso” ganhou maturidade e hoje, com 24 anos, é idolatrado por milhares de palmeirenses. “Custoso” é o termo que Dorival Resende usa para definir o pequeno, habilidoso e invocado atacante.



– O Dudu era custoso, não era fácil. Um temperamento difícil, mas sempre fizemos um trabalho para tranquilizá-lo. Mostrando para ele que desse jeito não iria longe no futebol. Mas acho que esse temperamento também fez a diferença. Era muita vontade de vencer, e fazia com que ele mostrasse o futebol mais agressivo. Puxava a responsabilidade para si. É um menino bom, inteligente e amoroso. E essa questão de ser capitão foi uma esperteza do Cuca. Deu responsabilidade.







Peninha, técnico da Ovel, lembra das vezes em que enfrentou e cavou expulsões de Dudu quando o jovem ainda vestia a camisa do Atlético-GO (num período em que o Atlético encerrou suas categorias de base, o atacante foi para a Ovel).



– Desde criança Dudu tem um temperamento muito forte, explosivo. Mas é um menino muito bom de coração. Ele não gostava da marcação em cima, então eu sempre designava alguém para fazer a marcação individual. Sabia que incomodava, e sempre conseguíamos tirar um cartão amarelo ou vermelho. (Quando Dudu foi para a Ovel) sempre falávamos que a hora dele iria chegar, que não adiantava ficar nervoso. Ele sempre foi diferente das outras crianças nas categorias de base. Sempre foi acima da média, já com 12, 13 anos. E agora adquiriu maturidade.



Maturidade que pode ser observada comparando apenas as duas temporadas do camisa 7 no Palmeiras. Depois de um 2015 marcado pelo episódio de empurrão no árbitro Guilherme Cereta de Lima e alguns momentos de explosão, Dudu foi promovido a capitão por Cuca neste ano. A braçadeira fez muito bem. Ele virou vítima de um empurrão de juiz, em episódio com Heber Roberto Lopes, e mostrou-se bem mais calmo em momentos de tensão – contra o Atlético-MG, um exemplo claro da mudança de comportamento ao tentar acalmar os ânimos de Gabriel Jesus.



Valéria, a mãe, enaltece o aprendizado que a carreira deu ao seu filho mais velho – são mais dois irmãos e duas irmãs. Foram passagens por Cruzeiro, Coritiba, Dínamo de Kiev e Grêmio, além de um jogo pela seleção brasileira (amistoso contra o Gabão em 2011).



Na torcida, ela conta que foi responsável pela escolha do apelido de Eduardo, como é chamado até hoje dentro de casa. E, coincidência ou destino, a alcunha é a mesma de um capitão marcante na história palmeirense. Olegário Tolói de Oliveira, o primeiro Dudu, foi pentacampeão nacional e recebeu recentemente um busto como homenagem na galeria de imortais do Palmeiras.



– Até hoje ele é chamado de Eduardo em casa, não nos acostumamos a falar Dudu. O apelido surgiu quando ele foi para o Cruzeiro e tinha que colocar nome na camisa. Ele me perguntou se preferia Edu ou Dudu, e achei Dudu mais bonito. Em campo ele era nervoso, mas agora melhorou bastante, está bem mais calmo. Hoje está bem mais entendido em todos os aspectos e não tem mais tantos problemas.



Uma pessoa sempre lembrada por todos que conviveram com Dudu é a avó, dona Maria, com quem o GloboEsporte.com não conseguiu contato em Goiânia. “Segunda mãe”, ela foi bastante presente na infância do jogador, que não teve figura paterna presente – em um registro de uma das escolas, o nome do pai aparece com um traço. Uma das professoras no ensino médio, Maria Lúcia revela que a avó era sempre motivo de homenagens em datas comemorativas e relembra a falta de interesse pelas matérias dentro de sala de aula.



– O Eduardo era bem complicadinho. Conversava muito, só gostava de futebol. Mas não era indisciplinado. Bastante tranquilo, apesar de disperso para a leitura e a escrita. Ele falava que queria ser jogador de futebol, era um crime quando tinha feriado na aula de educação física. Lembro também que sempre nos dias dos pais e das mães ele pedia: “Posso fazer homenagem para a minha avó?”. É a sua referência de família que me lembro.



Polêmicas com árbitros: empurrão dado em 2015 e recebido em 2016 (Foto: Editoria de arte)





Além das palavras de Maria Lúcia, um apontamento no histórico escolar de Dudu em 2005, ano em que ele foi para Belo Horizonte, demonstra que o jogador estava longe de ser um aluno exemplar.



“De acordo com o processo avaliativo desenvolvido neste primeiro bimestre, o aluno estabeleceu relacionamento parcial com colegas, professores, coordenadores e demais servidores da escola. É desinteressado, pouco participativo, dispersando-se com frequência em conversas paralelas e brincadeiras inoportunas em sala de aula. Apresentou ainda dificuldade de se integrar nos trabalhos em grupo. O aluno frequentou somente janeiro e fevereiro/2005.



O aluno apresenta muitas dificuldades em quase todas as áreas do conhecimento. Devido a sua permanência na escola por um período de um mês e um dia, não foi possível avaliá-lo por completo dentro do aspecto cognitivo.”




Registro escolar de Dudu mostra que ele não era um aluno muito focado (Foto: Editoria de arte)





Ainda bem para o torcedor do Palmeiras que o conhecimento com a bola no pé era e continua grande. Ainda bem que houve reviravolta em janeiro de 2015, com chapéu sobre os rivais Corinthians e São Paulo na contratação do atacante. Ainda bem que Dudu nunca desistiu. Afinal, é esse o segredo do seu sucesso.



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