Quando um país hospeda uma grande competição mundial, sonha com os lucros que turistas vão gerar com hospedagens, restaurantes e compras. Quando organiza uma competição, a Fifa quer estádios cheios, animação e também imagens para dizer que seus torneios são um sucesso. Sendo assim, por esses dois prismas, dá para cravar facilmente que o primeiro Mundial de Clubes turbinado só não é um fracasso pela presença dos times argentinos e brasileiros. Foram dez jogos com a presença de Boca, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Palmeiras e River até a última sexta-feira (dia 20).
Neles, a média de público anunciada pela Fifa foi de 41.213 torcedores, ou quase 30% mais que os 32.547 registrados nas 14 partidas sem a presença de equipes argentinas ou brasileiras. Mas não é só pelos borderôs que os clubes sul-americanos tiram o marasmo do Mundial. Basta olhar as imagens da festa de palmeirenses e tricolores cariocas na Times Square e a invasão de torcedores do Boca em Miami para descobrir que apenas argentinos e brasileiros viajaram para os Estados Unidos em grande número.
Nos estádios, fica evidente que nos jogos dos grandes europeus quem está lá são fãs locais americanos, que gastam muito menos e estão longe da animação de torcidas que a Fifa quer mostrar nas suas redes sociais. E, até agora, nenhum dos comportamentos ruins típicos de jogos da Libertadores são repetidos em campos americanos por argentinos e brasileiros. A Fifa e os EUA precisam agradecer, com extrema reverência, o que o "Futebol Conmebol" está fazendo por eles.