Apesar de todos ali torcerem para o Palmeiras, a Rua Palestra Itália estava dividida. Os bloqueios feitos pela polícia, que impedem qualquer um que não tenha ingresso para a partida de se aproximar do Allianz Parque, separaram torcedores e dividiram opinião. Enquanto uns aprovam a medida e destacam a maior tranquilidade na chegada ao estádio, outros lamentam que a tradicional festa no entorno da arena, se não desapareceu, ao menos diminuiu.
Os que se mostraram contrários à medida estavam em bom número. Dentre as reclamações, figuraram a elitização do público no estádio e até preconceito e segregação feita pela PM. Esta era a reclamação do casal Melina Restituti e Henrique Soares. Eles se conheceram há cinco anos em um “esquenta” na antiga Turiaçu e lamentam a determinação. “Não tem lógica, venho aqui há anos e nunca aconteceu nada, palmeirense se respeita”, entendem.
“Muita gente que antes vinha aqui para curtir com a gente antes do jogo agora fica fora”, reclamam Rafael Faustino e seu colega da torcida Rasta, Rafael Lima. “Não se pode impedir as pessoas de andar na rua”.
Pelo lado da PM do Estado de São Paulo, que tomou a iniciativa junto à Subprefeitura da Lapa, respaldada pelo Ministério Público, a medida está sendo eficiente para controlar roubos e furtos na entrada do estádio. Segundo o Tenente Samuel Rosa, responsável pela segurança no local, a medida deverá ser ampliada na cidade, atingindo outros estádios em São Paulo.
Já dentre os que olham a decisão de forma positiva, a principal justificativa é que chegar ao estádio ficou mais fácil e mais seguro com menos torcedores se aglomerando na rua. Nessa linha se juntam moradores e donos de pequenos comércios no entorno do estádio palmeirense. “Foi muito boa a medida” defende Fernando Pereira, morador da região e que aproveita os dias de jogos para vender em sua casa bebidas e lanches.
“Diminuiu o número de ambulantes e melhorou a venda”, defende. “Mesmo com alguns problemas de acessibilidade, já que nossos clientes não conseguem entrar com o carro, achamos que foi uma medida boa. O problema não são os torcedores que entram no estádio, mas quem fica se aglomerando fora dele”, diz Henrique Barros, um dos responsáveis pelo hotel Plaza Inn, quase em frente ao portal principal do Allianz.
Mesmo entre os torcedores sem ingresso, há quem defenda a medida. “Ficou bem mais fácil de chegar. Quem vem para o jogo consegue até mesmo aproveitar com mais tranquilidade”, afirmou Fellip Del Bosco, um dos felizardos que estavam com ingresso na fechada Palestra Itália.
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