Nos próximos 12 meses, vamos saborear três novos produtos da Fifa que prometem complicar o calendário e também distribuir emoção para todo o planeta. Vem aí nos próximos dias a primeira edição do Mundial de Clubes, disputa bem interessante com 32 equipes que coloca os europeus ainda mais na condição de favoritos (eles são os que possuem menos razões para abraçar com carinho a competição, mas só vamos saber se será assim mesmo com a bola rolando). O dinheiro que a máxima entidade do futebol está despejando nesse novo interclubes atrai qualquer equipe, mesmo uma que já tenha um excelente faturamento. Em dezembro, veremos a segunda edição da renovada Copa Intercontinental, com o Paris Saint-Germain esperando o vencedor de playoffs com os campeões dos demais continentes.
No ano passado, o Pachuca desbancou o Botafogo nas quartas de final, uma nova fase para os vencedores da Libertadores. Neste ano, o Cruz Azul está no caminho inicial do campeão da América do Sul. Se para o europeu a Copa Intercontinental foi reduzida em uma partida, para o representante da Conmebol ela ganhou um duelo a mais, o que complica um pouco o calendário e a chance de ser campeão mundial. E, no meio de 2026, vem a cereja do bolo da Fifa: a primeira Copa do Mundo com 48 seleções, o que exigirá uma fase a mais na disputa em relação às edições anteriores (round of 32, o início do mata-mata).
Veremos mais países novos no Mundial, casos já confirmados de Jordânia e Uzbequistão. E poderemos ver as estreias de Albânia, Bermuda, Burkina Faso, Cabo Verde, Comores, Congo, Curaçao, Finlândia, Gabão, Guatemala, Macedônia do Norte, Moçambique, Nicarágua, Omã, Ruanda, Suriname, Tanzânia e Venezuela (nações que estão bem colocadas nas eliminatórias, pelo menos em zona de repescagem).
Eu fui contra o inchaço da Copa do Mundo, entendia que o formato com 32 equipes estava bem resolvido, e já via uma ou outra seleção fraca chegando à disputa. Claro que o aumento no número de vagas vai conduzir ao Mundial seleções ainda menos atrativas e claro que isso aumenta a força política do presidente Gianni Infantino, que segue a linha de João Havelange e Joseph Blatter (quanto mais equipes na fase final, mais apoiadores e votos na eleição da Fifa).
Ficará muito difícil para um país sozinho receber uma Copa do Mundo agora, a menos que tenha muito dinheiro para oferecer, caso da Arábia Saudita em 2034. Para 2030, já teremos um Mundial em três continentes diferentes, algo que só se explica pela vontade da entidade que rege o futebol de agradar todo mundo. Quem vai ter “apenas” 32 equipes é o Mundial de Clubes, uma ideia inicialmente rechaçada pelos times europeus, mas que, com um aporte financeiro forte da Fifa, tornou-se uma sedutora forma de fazer uma espécie de pré-temporada de luxo nos Estados Unidos.
E a Fifa abriu uma janela de transferências extra para animar ainda mais os clubes mais poderosos do planeta. Não sabemos ainda o quanto o torneio será levado a sério pelos europeus, que podem testar formações e jogadores nessa nova competição. Nem sabemos ainda se a organização conseguirá vender todos os ingressos, cada vez mais baratos por conta da falta de procura. A disputa é muito mais valiosa, pelo menos por enquanto, para quem não é europeu. Talvez isso mude no futuro se o torneio pegar.
Já há uma vontade de repetir a Copa do Mundo de Clubes em 2029 nos EUA, novamente por questão financeira e para agradar a política estadunidense. Acontece que teremos dois campeões mundiais de clubes neste ano pela segunda vez na história. Em 2000, em janeiro, o Corinthians ganhou no Brasil a primeira edição do Mundial organizado pela Fifa (a empresa brasileira Traffic, que viria a ser pivô de escândalo de corrupção no futebol, foi preponderante na época para o evento). No final do ano, o Boca Juniors superou o Real Madrid e conquistou a Copa Intercontinental. Oficialmente, para a Fifa e para a Conmebol, Timão e Boca são campeões mundiais de 2000, gostem ou não os “antis” que falam em “Torneio de Verão” ou “Copa Jipe”.
A renovada Copa Intercontinental, que tem neste ano o Paris Saint-Germain como favorito destacado, tem uma fórmula que permite muito mais a quem não é europeu sonhar com a conquista do planeta. Teoricamente, quem não é do Velho Continente vai à Copa do Mundo de Clubes para fazer apenas uma boa participação e acumular uma vultosa grana. Já na Copa Intercontinental, que ainda não tem local definido no final de 2025 (chutaria Qatar de novo como sede, como no ano passado), todo mundo entra com a esperança de causar uma surpresa em 90 minutos contra um rival poderoso.
Se, por exemplo, o Real Madrid vencer o Mundial de Clubes e o Palmeiras conquistar a Copa Intercontinental, nós sul-americanos vamos exaltar os dois títulos, embora com perfis bem diferentes. Essa overdose de Mundiais deve se repetir agora a cada quatro anos, sempre na temporada que antecede a Copa de seleções. Convenhamos que é um calendário mais recheado e também mais atrativo (o torneio que começa neste mês nos EUA vai ser mais legal do que qualquer Copa das Confederações, antigo torneio de seleções da Fifa que era um teste para o país-sede da Copa do Mundo).
Desde pequeno, sempre curti muito as competições internacionais. Antes, elas eram curtas e raras, não eram tão valorizadas aqui no Brasil, um país continental que carrega a cultura forte dos Estaduais. Demorou até para ter competição nacional no Brasil, ainda mais uma de pontos corridos nos moldes europeus. Só que o mundo é realmente outro depois da internet e das mídias sociais. O planeta ficou pequeno. Há muito mais gente nesta humilde Terra, e as distâncias não são mais as mesmas do passado. Sabemos de forma instantânea o que acontece do outro lado do mundo, vemos quase todas as disputas esportivas que desejamos, não faltam plataformas para acompanhar uma competição ou qualquer outra coisa. Nesse cenário todo em que se pensa bastante no que é global, passo a achar compreensível essa nova onda de “Super Mundiais”. Vou deixar meu sutil saudosismo de lado e curtir este novo momento do futebol.
No meio da década de 90, já jornalista da Folha de S. Paulo, eu lancei uma frase redundante e de compreensão complicada: “O futebol mundial vai dominar o mundo.” Isso porque havia uma divisão de assuntos na editoria de esporte do jornal que separava o futebol nacional do futebol internacional. Havia chapéu (um jargão jornalístico) para automobilismo, basquete, boxe, vôlei, futebol e futebol mundial, como se esses dois últimos fossem esportes diferentes. A globalização acabou com essa diferenciação. Passamos a saber imediatamente o que acontecia no treino do Real Madrid e do Barcelona, muitas vezes antes de recebermos as notícias do Flamengo e do Corinthians. Clubes outrora desconhecidos, como Al Ahly, Auckland City, Al Hilal, Deportivo Saprissa, Guangzhou Evergrande, Kashima Antlers, LA Galaxy, Mazembe, Monterrey, Pachuca, Pohang Steelers, Raja Casablanca e Urawa Red Diamonds, passaram a fazer parte do nosso cotidiano e até a superar campeões sul-americanos em Mundiais.
Vivenciamos hoje uma eliminação da Palestina como se fosse um reality show da bola. De fato uma nova era. Eu não tinha a exata noção do que aconteceria no calendário e no esporte, mas estava certo. O futebol mundial dominou mesmo o mundo.
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